"Eu considero Guaraqueçaba um pequeno mundo dentro do mundo"
- Padre Mário Di Maria - (12/07/1974 - entrevista ao Jornal Diário do Paraná)

6 de junho de 2009

Parque Guará é criado em Paranaguá

por Zé Muniz
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No dia 05 de junho foi assinado em Paranaguá o termo de cessão de uma área para a criação do Parque Guará, uma parceria entre aquela Prefeitura, a Associação Paranaense de Cultura e a Pontifícia Universidade Católica PUC/PR.

foto: reprodução / direitos reservados 
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A ave de cor avermelhada que no século XVI era abundante desde a Ilha de Santa Catarina até o Amapá e hoje encontra-se nas encostas da região norte e ainda em pequenos grupos, como este com cerca de 600 indivíduos no poluído porto de Cubatão em Santos; Há também um grupo em Iguape SP e sabe-se que no ano de 2005, foi anunciado a descoberta de um grupo na Ilha do Cardoso, próximo às divizas com Guaraqueçaba.

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Em Guaraqueçaba, projetos foram elaborados para saberem se a ave se adaptaria novamente a região, porém todos sem conclusão ou sem apoio.
No ano de 1995, o IBAMA, projetou o repovoamento da ave na região de Guaraqueçaba, mas o projeto parou por falta de informações sobre a readaptação da ave no local e anos depois, em 2000 a PUC Paraná, com o Programa de Ação Comunitária em Guaraqueçaba, retomou o projeto, porém também ficou como esquecido.
Tempo depois, no ano de 2003, em discurso aberto nas comemorações do aniversário da cidade, o prefeito prometeu para o aniversário da cidade do ano vindouro - 2004, a soltura de exemplares da ave na região – o que não cumpriu.
Cansados desta espera, já se ouvia falar de que algumas pessoas soltariam um casal da ave na região, o que realmente aconteceu no ano de 2006, sendo avistados por muitos caiçaras, biológos, turistas e foi inclusive noticiado em rede nacional de televisão. Passaram-se anos e ninguém mais viu a ave.
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Guará no Porto de Cubatão / Santos / SP
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A recuperação de manguezais tem mostrado que pode atrair naturalmente a ave. Em Cubatão, por exemplo, a dragagem de um estuário pela Cosipa (Companhia Siderúrgica de São Paulo) na década de 1970, e a deposição de lama nas margens acabou provocando o aumento de moluscos, vermes e crustáceos, principalmente do caranguejo “Uçá”, o alimento preferido da ave. O resultado foi a atração de bandos de Guará à região. A Cosipa, que havia agredido o ambiente com suas obras em áreas de mangue, fez o resto. Acabou criando o maior projeto nacional de repovoamento e preservação da ave, que hoje é o símbolo da empresa. Também há projetos bem sucedidos de proteção do Guará nos estados do Maranhão e Ceará.
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Características do Guará
Ave conhecida cientificamente por Eudocimus ruber, os Guarás são aves carnívoras e se alimentam de caramujos, insetos e caranguejos (alimento preferido). Possui a cor avermelhada, habita principalmente os manguezais da costa atlântica e tem aproximadamente 60 cm de altura, sendo que as fêmeas são um pouco menores.
Sua plumagem vermelha carmesim deve-se a um pigmento de cor vermelha presente nos caranguejinhos dos quais se alimenta. Anda vagarosamente na água rasa, com a ponta do bico submersa, abrindo e fechando as mandíbulas em busca de caranguejos, tais como a "chama-maré" ou "sarará" e o "maraquani".
Surgem sempre em bandos, para dormir. Os ninhos são plataformas construídas de gravetos, localizadas a cerca de 2 a 12 m de altura nos manguezais. Cada fêmea põe, em média 2 ou 3 ovos, de cor cinza-oliváceo com manchas e pontos marrons.
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PARQUE GUARÁ
O Vice-presidente da Associação Paranaense de Cultura, Irmão Frederico Unterberger parabenizou o prefeito Baka pela iniciativa e interesse em contribuir com o projeto através da cessão da área. “Quando idealizamos o projeto guará percorremos várias prefeituras e Paranaguá foi onde encontramos o apoio necessário para seguirmos em frente”.
Ele ainda explicou que assim que o parque for concluído será aberto para visitação. “Queremos que esse parque torne-se um ponto turístico, pois se for aberto para visitação, jovens e crianças poderão conhecer e aprender sobre a importância de proteger esses pássaros”.
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“... não poderem ir as ilhas desta vila rio acima, onde costumam pernoitar para criar os Guarazes, tão recomendados pela própria Magestade e seus Generais, Governadores e Ministros, a tirarem-lhes os ovos com grande prejuízos de sua criação tão estimadas, e por nos constar que violando todas estas ordens sem o menor temor delas e de quem as administrava, entravam e mandavam entrar no passado ano nas ditas ilhas, várias pessoas tiravam todos os ovos não só para seus gastos superfluo mas sim para deles fazerem presentes a diferentes país...incorrerá na pena de seis mil reis de condenação, e remetido logo a cadeia de Paranaguá – Em 02 de outubro de 1781”. MAFRA[1].
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bem, apenas para que fiquem sabendo
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no dia 08 de julho de 2009, voltando de sua visita da Ilha de Superagui, o Padre José Carlos Chacorowski - CM e seu barqueiro José Hipólito Muniz avistaram, nas proximidades da comunidade de Gaupicum, 05 casais de Guará - sim GUARÁ, já retornou à Guaraqueçaba, portanto antes do Parque e da soltura de exmplares na região.
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referencial:
[1] MAFRA. Joaquim da Silva. “História do Município de Guaratuba”. Guaratuba. 1952.
MUNIZ. José Carlos. Guaraqueçaba Um Pequreno Mundo Dentro do Mundo. obra inédita. do autor.

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