"Eu considero Guaraqueçaba um pequeno mundo dentro do mundo"
- Padre Mário Di Maria - (12/07/1974 - entrevista ao Jornal Diário do Paraná)

13 de junho de 2009

COLÉGIO MARCÍLIO DIAS - a estrutura está assustando

por Zé Muniz & Hogo Peniche
antigo desfile cívico
acervo: Aluisi de Miranda
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foto: reprodução / direitos reservados
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Marcílio Dias - Imperial Marinheiro, filho de Manuel Fagundes e de Dona Pulcena Dias, nasceu no Rio Grande do Sul, em 1838.
Ingressou na Marinha como Grumete aos 17 anos de idade, tendo sentado praça no Corpo de Imperiais Marinheiros em 5 de agosto de 1855.
Transformou-se em herói na Batalha Naval do Riachuelo, entre brasileiros e paraguaios, travada nas águas do Rio Paraná (próximo de Corrientes / Argentina) onde seu corpo foi lançado, após morrer por ferimentos na batalha, no dia 12 de junho de 1865.
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antigo prédio
foto: Zé Muniz
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O prédio onde hoje funciona o Colégio Estadual Marcílio Dias e a Escola Municipal Professor Antônio Barbosa Pinto, foi construído em 1949, por pedido do deputado Antônio dos Santos Filho, ao governador Moisés Lupion.
A escola foi inaugurada em 1952, quando o Sr. Ivo Leão, exercia o mandato de prefeito municipal. Existiam três turmas com 30 alunos.
O nome adotado foi Grupo Escolar 25 de Dezembro. Pelo Decreto número 28 de 9 de março de 1960, adotou-se o nome de Grupo Escolar Professor Antônio Barbosa Pinto. Decreto número 8 141 de 22 de dezembro de 1967, criou o Ginásio Estadual Marcílio Dias. Pela Resolução número 4 237/932 de 4 de agosto de 1993, ficou funcionando a Escola Municipal Antônio Barbosa Pinto e o Colégio Estadual Marcílio Dias.
O prédio passou por uma reforma e readequação no final do ano de 2006, quando os alunos receberam as instruções no espaço físico do Colégio Adventista, ainda durante todo o ano letivo de 2007.
No retorno ao antigo prédio, em 2008, receberam uma nova estrutura, a melhor, em nível estadual, do litoral paraneaense, no governo de Roberto Requião de Mello e Silva, com quadra coberta, novas salas, laboratório de ciências e informática, banheiros e acesso adequados a necessidades especiais.
porém, menso de um ano depois do retorno, os alunos estão assustados com a realidade nas novas salas do no colégio. ESTÃO RACHADAS, PAREDES E TETO COM RACHADURAS ENORMES E FEIAS - de botar medo.
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foto: Hogo Peniche
foto: Hogo Peniche
foto: Hogo Peniche
foto: Hogo Peniche
foto: Hogo Peniche
foto: Hogo Peniche
foto: Hogo Peniche
foto: Hogo Peniche
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"as mudanças e transformações na nossa sociedade apenas se farão no dia em que vós jovens tomarem frente de ações que considerem de vossos interesses e brigarem por isso. Se as rachaduras estão visíveis e assustanto, o caminho é esse - DENUNCIEM - se não estão sendo ouvidos é hora da denúncia tomar outros rumos - e isso o Informativo Nosso Pixirum fará com vocês".
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segue a resposta de Marcelo Aquino -
Diretor de Operações Defesa Civil de Guaraqueçaba

"Estivemos algum tempo atrás no colégio Marcilio Dias, através de uma denúncia.
Fizemos uma vistoria no local e foi constatado que era a "junta de dilatação" (termo técnico), o que também foi a mesma constatação dos engenheiros da Secretaria de Estado da Educação que visitaram o local, no dia anterior.
Rachaduras em algumas situações são normais e recorrentes. Não adianta só rebocá-las e cobrir com tinta.
o que poderíamos sugerir ao Senhor Diretor do Colégio seria: Fazer uma "amarração", por exemplo, pedir a um pedreiro para decascar a parede em volta da rachadura, compre barras de 10mm de aço, com 1,50mts de comprimento e coloque essas barras perpendicularmente á rachadura a cada 70cm ou 1 mt paralelas da outra; Depois reboque por cima, deixe sem pintar por um tempo (1 mês e 1/2) para ver se as rachaduras voltam. Então passe a massa corrida e refaça a pintura, pois os motivos das rachaduras podem ser muitos, mas essa técnica geralmente elimina as rachaduras".
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a presente matéria foi impressa e entregue ao conheciemnto do legislativo municipal pela pessoa do Senhor Vereador Lino Ferreira.
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referencial:
MUNIZ, José Carlos. Guaraqueçaba Um Pequeno Mundo Dentro do Mundo. Obra inédita, do autor.

11 de junho de 2009

1º Arraiá do Mangue

por Hogo Peniche & Anelise Bueno
O 1º Arraiá do Mangue – ESTE ACONTECIDO ACONTECEU NO ÚLTIMO DIA 7 DE JUNHO (DOMINGO), NO PONTO DE CULTURA CASA DO FANDANGO DE GUARAQUEÇABA. Nóis PUDEMOS CONTAR COM A PRESENÇA DE ILUSTRES CONVIDADOS, DESTACANDO A PRESENÇA MARCANTE E IRREVERENTE, COMO NOSSO AMIGO MARCINHO – O AFAMADO “MARCINHO", MANINHO DO BECO, PRA LÁ E PRA CÁ COM UMA “mardita garrafa de Cataia”, TAMBÉM O SENH0R ZÉCO, ZÉ CARLOS E MUITOS OUTROS.
ALGUMAS COISINHAS NÃO PODEMOS DEIXAR DE LHES CONTAR, NOBRE LEITOR, COMO O CASO DE UM SENHOR (conhecido no mundo fandangueiro) QUE, PEGANDO UM PEDAÇO DE “MARIA-MOLE” (e bota mole nisso, apesar de Adriano dizer que “que bom que estava gostoso”), DECEPCIONOU-SE QUANDO SOUBE QUE “AQUILO” ERA “MARIA-MOLE” E NÃO QUEIJO, COMO QUERIA QUE FOSSE.
NOUTROS CASOS DE HISTÓRIAS HORRIPILANTES, QUE SOMENTE PODE-SE ENCONTRAR NO ARRAIÁ DO MANGUE, COMO AQUELE “SER” QUE QUERIA QUENTÃO, POR MAIS QUE O VINHO AINDA ESTIVESSE NA GARRAFA. HÁ TAMBÉM TINHA BANANA, FARINHA E ETC... ENTÃO MINHA GENTE, ESTA FOI A PRIMEIRA FESTA JUNINA, QUE NÓIS RESORVEMOS CHAMAR DE “ARRAIÁ DO MANGUE”, O ÚNICO EM QUE EU NÃO VI O CASAMENTO CAIPIRA, MAS QUEM SABE, TALVEZ NO PRÓXIMO ARRAIÁ OU QUANDO O PESSOAL SE INTERESSAR MAIS OU MESMO QUANDO O NOIVO, QUE NESSE ANO ERA PRA SER ROBINSON DDD – MAS SUMIU E NINGUÉM SABE POR ONDE ANDA, MAIS DEIXA PRA LÁ. VÁRIAS PESSOAS VIERAM A CARÁTER, OUTROS AMIGOS PENSARAM QUE IR A CARÁTER É QUANDO LEVAM ALGO PARA A FESTA (UM BOLO, UM REFRI, TALS) E ESSE AMIGO EU NÃO DIGO QUE FOI ALISSON E HANUAR.
O MAIS HILÁRIO - Zé Carlos, se chegar esse frio estamos fu......
há..... e a fogueira continuou por muitos dias sem interrupção. Foi na infeliz quarta-feira, dia em que choveu e apagou a última chama do fogo do Arraiá, ainda que Allisson desejasse que "nunca mais apague este fogo". Pensando nisso a proposta foi de reasceder a chama - e deu certo. É muito pinhão assado, vinho Fontana (só pra Guto), sarsicho, tainha assada, bagre seco, etc, etc, etc... O fogo continua enquanto tiver lenha e "gente" pra cantar.
foto: Hogo, Adriano, Lorena e Leandro

6 de junho de 2009

Parque Guará é criado em Paranaguá

por Zé Muniz
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No dia 05 de junho foi assinado em Paranaguá o termo de cessão de uma área para a criação do Parque Guará, uma parceria entre aquela Prefeitura, a Associação Paranaense de Cultura e a Pontifícia Universidade Católica PUC/PR.

foto: reprodução / direitos reservados 
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A ave de cor avermelhada que no século XVI era abundante desde a Ilha de Santa Catarina até o Amapá e hoje encontra-se nas encostas da região norte e ainda em pequenos grupos, como este com cerca de 600 indivíduos no poluído porto de Cubatão em Santos; Há também um grupo em Iguape SP e sabe-se que no ano de 2005, foi anunciado a descoberta de um grupo na Ilha do Cardoso, próximo às divizas com Guaraqueçaba.

foto: reprodução / direitos reservados
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Em Guaraqueçaba, projetos foram elaborados para saberem se a ave se adaptaria novamente a região, porém todos sem conclusão ou sem apoio.
No ano de 1995, o IBAMA, projetou o repovoamento da ave na região de Guaraqueçaba, mas o projeto parou por falta de informações sobre a readaptação da ave no local e anos depois, em 2000 a PUC Paraná, com o Programa de Ação Comunitária em Guaraqueçaba, retomou o projeto, porém também ficou como esquecido.
Tempo depois, no ano de 2003, em discurso aberto nas comemorações do aniversário da cidade, o prefeito prometeu para o aniversário da cidade do ano vindouro - 2004, a soltura de exemplares da ave na região – o que não cumpriu.
Cansados desta espera, já se ouvia falar de que algumas pessoas soltariam um casal da ave na região, o que realmente aconteceu no ano de 2006, sendo avistados por muitos caiçaras, biológos, turistas e foi inclusive noticiado em rede nacional de televisão. Passaram-se anos e ninguém mais viu a ave.
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Guará no Porto de Cubatão / Santos / SP
foto: reprodução / direitos reservados
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A recuperação de manguezais tem mostrado que pode atrair naturalmente a ave. Em Cubatão, por exemplo, a dragagem de um estuário pela Cosipa (Companhia Siderúrgica de São Paulo) na década de 1970, e a deposição de lama nas margens acabou provocando o aumento de moluscos, vermes e crustáceos, principalmente do caranguejo “Uçá”, o alimento preferido da ave. O resultado foi a atração de bandos de Guará à região. A Cosipa, que havia agredido o ambiente com suas obras em áreas de mangue, fez o resto. Acabou criando o maior projeto nacional de repovoamento e preservação da ave, que hoje é o símbolo da empresa. Também há projetos bem sucedidos de proteção do Guará nos estados do Maranhão e Ceará.
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foto: reprodução / direitos reservados
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Características do Guará
Ave conhecida cientificamente por Eudocimus ruber, os Guarás são aves carnívoras e se alimentam de caramujos, insetos e caranguejos (alimento preferido). Possui a cor avermelhada, habita principalmente os manguezais da costa atlântica e tem aproximadamente 60 cm de altura, sendo que as fêmeas são um pouco menores.
Sua plumagem vermelha carmesim deve-se a um pigmento de cor vermelha presente nos caranguejinhos dos quais se alimenta. Anda vagarosamente na água rasa, com a ponta do bico submersa, abrindo e fechando as mandíbulas em busca de caranguejos, tais como a "chama-maré" ou "sarará" e o "maraquani".
Surgem sempre em bandos, para dormir. Os ninhos são plataformas construídas de gravetos, localizadas a cerca de 2 a 12 m de altura nos manguezais. Cada fêmea põe, em média 2 ou 3 ovos, de cor cinza-oliváceo com manchas e pontos marrons.
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PARQUE GUARÁ
O Vice-presidente da Associação Paranaense de Cultura, Irmão Frederico Unterberger parabenizou o prefeito Baka pela iniciativa e interesse em contribuir com o projeto através da cessão da área. “Quando idealizamos o projeto guará percorremos várias prefeituras e Paranaguá foi onde encontramos o apoio necessário para seguirmos em frente”.
Ele ainda explicou que assim que o parque for concluído será aberto para visitação. “Queremos que esse parque torne-se um ponto turístico, pois se for aberto para visitação, jovens e crianças poderão conhecer e aprender sobre a importância de proteger esses pássaros”.
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“... não poderem ir as ilhas desta vila rio acima, onde costumam pernoitar para criar os Guarazes, tão recomendados pela própria Magestade e seus Generais, Governadores e Ministros, a tirarem-lhes os ovos com grande prejuízos de sua criação tão estimadas, e por nos constar que violando todas estas ordens sem o menor temor delas e de quem as administrava, entravam e mandavam entrar no passado ano nas ditas ilhas, várias pessoas tiravam todos os ovos não só para seus gastos superfluo mas sim para deles fazerem presentes a diferentes país...incorrerá na pena de seis mil reis de condenação, e remetido logo a cadeia de Paranaguá – Em 02 de outubro de 1781”. MAFRA[1].
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bem, apenas para que fiquem sabendo
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no dia 08 de julho de 2009, voltando de sua visita da Ilha de Superagui, o Padre José Carlos Chacorowski - CM e seu barqueiro José Hipólito Muniz avistaram, nas proximidades da comunidade de Gaupicum, 05 casais de Guará - sim GUARÁ, já retornou à Guaraqueçaba, portanto antes do Parque e da soltura de exmplares na região.
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referencial:
[1] MAFRA. Joaquim da Silva. “História do Município de Guaratuba”. Guaratuba. 1952.
MUNIZ. José Carlos. Guaraqueçaba Um Pequreno Mundo Dentro do Mundo. obra inédita. do autor.

1 de junho de 2009

Bandeira do Divino Espírito Santo em Guaraqueçaba

por Zé Muniz
SALVE O DIVINO ESPÍRITO SANTO
foto: autoria desconhecida
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foto: autoria desconhecida
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Já fazia tempo. Cerca de 80 anos, segundo pesquisa. Fora banido da cidade por um Interventor, que vindo da Bahia, determinou que não mais houvesse na região a Romaria do Divino Espírito Santo.
Este tradicional evento da Cultura Caiçara acontecia nas comunidades de Guaraqueçaba, com as Bandeiras do Divino Espírito Santo e Santíssima Trindade, também a de São José, que saíam de Ilha Rasa, Superagui, Ararapira e Guaraqueçaba.
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Romaria em Vila Fátima (anos 80 - Mestre Jacaré)
foto: Zig Koch
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Romaria em Barra de Ararapira (ano 2004 - Mestre André)

foto: Zé Muniz
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foto: Zé Muniz
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Romaria em Barra de Ararapira (2008 - Mestre Aorélio)
foto: Toni Gorbi / Projeto Tocadores
-foto: Toni Gorbi / Projeto Tocadores
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foto: André Magalhães / Projeto Tocadores
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No ano de 2005, o Diácono Narelví Carlos Malucelli, juntamente com o Pe. Carlos Beltrando – CM, iniciaram na cidade as novenas do Espírito Santo, levando a Bandeira, ainda que sem foliões ou toques, realizando celebrações diariamente por nove dias, alternadas nas casas dos noveneiros e após cada novena a Bandeira seguia em Romaria (procissão) à igreja, onde acontecia a celebração da missa.
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Pe. José Carlos e Diácono Narelvífoto: Zé Muniz
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Estas novenas foram novamente realizadas no ano de 2006, pelo Diácono e o novo sacerdote José Carlos Chacorowski - CM, sendo neste ano, enviada na missa, levada pelo primeiro casal de noveneiros, pousando nesta casa, onde é rezada a novena no dia seguinte, antes de seguir para a igreja, onde há a celebração e após esta, seguindo para a casa do segundo noveneiro.
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Oscar Miranda e Nezinda Calado - casal noveneiros

foto: Zé Muniz
- foto: Zé Muniz
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Ao final da novena, Festa de Pentecostes, logo após a missa, houve uma procissão nas ruas da cidade com a Bandeira do Divino Espírito Santo.
No ano de 2008, a Bandeira do Espírito Santo foi levada em procissão por algumas ruas da cidade, sendo esperada nas portas da Igreja pelo Pároco, Pe. José Carlos Chacorowski.
ENCONTRO DE BANDEIRAS foto: Zé Muniz
foto: autoria desconhecida
Em julho de 2006, houve em Guaraqueçaba, o Encontro de Fandango e Cultura Caiçara, que trazia em sua programação, na Igreja do Bom Jesus dos Perdões, o encontro de Romarias, com a Bandeira do Espírito Santo e Santíssima Trindade de Paranaguá, com o Mestre Gabriel Martins e a do Espírito Santo de Cananéia com o Mestre André Dias.
No momento do beijamento, se pôs a Bandeira do Espírito Santo de Guaraqueçaba ao centro, ladeadas pela de Paranaguá a direita e a de Cananéia a esquerda e os guaraqueçabanos e demais visitantes participantes do encontro, puderam beijar as três bandeiras e renovar a tão grande devoção, por tanto tempo ali desejada.

No ano de 2008, aconteceu igualmente, o II Encontro de Fandango e Cultura Caiçara, estando novamente as Bandeiras do Espírito Santo e Santíssima Trindade de Paranaguá com o mestre Aorélio e a Bandeira do Espírito Santo de Cananéia com o Mestre André, fazendo suas cantorias na Igreja e seguindo, ao final, para a casa de José Hipólito Muniz, onde as duas fizeram a cantoria de chegada e despedida.
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FOLIÕES DE GUARAQUEÇABA...
depois de 80 anos
No ano de 2009, cerca de 80 anos depois, no domingo de Pentecostes (31/05/2009), na Igreja do Bom Jesus, a Bandeira do Espírito Sabnto faz a entrada solene, com antoria própria e desta vez, uma equipe de foliões de Guaraqueçaba, composta por: Zé Muniz (Viola/Mestre), Leandro Diéguiz (Rabeca), Guto “Lelo” (Caixa), Everaldo Juninho (Tipe), Lorena (Alferes).
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fotos: Kléber "Anoto"
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acompanhe vídeo do YouTube
para saber mais:
* Romaria do Divino a fé que move a tradição. Documentário da Associação Mandicuéra produzido em 2007.
* Divino folia, festa, folia e tradição no litoral do Paraná. produzido pela Olaria Cultural em 2008.
Fonte Bibliográfica:
MUNIZ. José Carlos. Uma Romaria do Espírito Santo. Obra do autor. inédita. Guaraqueçaba.