Recentemente fui indagado por um camarada, nas ruas de Guaraqueçaba, acerca de seu ascendente, o Professor Waldomiro Ferreira de Freitas, bem como de seu saudoso irmão Eugeniano Ferreira, se acaso eu saberia, enquanto historiador, um pouco da biografia destes dois, ilustres guaraqueçabanos, porém, esquecidos pela historiografia, em Guaraqueçaba...
o Professor Waldomiro, não o conheci pessoalmente, mas em minha graduação de história na FAFIPAR, inclusive na sala que leva seu nome, pude conhecer um pouco sobre sua biografia, remexer alguns livros de sua biblioteca, doada ao Diretório de História, conhecer alguns de seus familiares, comprar alguns de seus livros (via Estante Virtual), pois tamanha não era a minha responsabilidade quando o também professor daquela instituição Oziel Tavares, que tão bem o conhecera, disse-me certa vez que de Guaraqueçaba era o grande Professor Waldomiro, cobrando mais empenho e esforço de minha parte, etc... Quanto a Eugeniano Ferreira, este sim eu conheci, pois foram inúmeras conversas pelas ruas de Guaraqueçaba, assuntos desde a origem das pedras utilizadas na construção da Caixa d'água (Praça da Bíblia), inúmeras outras histórias, sobre a onça, sobre o saci, os versos de Fandango Caiçara que sempre cantarolava, a sua tatuagem... era um eterno amante das boas prosas, um exímio historiador, aquele que vivenciou a história de Guaraqueçaba... Inclusive nomeei a biblioteca virtual do Blog Nosso Pixirum com seu nome Biblioteca Eugeniano Ferreira <htps://drive.google.com/folderview?id=0B3Ue7WCPmb5GfmhRRnlTZ1hBNjlnMHdrNFRwSWw4MHA5a3VOZUk2WWhMRjhid0YtTTVJbHc&usp=sharing>, bem como o acervo físico sobre história de Guaraqueçaba, além ainda de projetar o Museu de Guaraqueçaba, com biblioteca que o homenagearia...
Esta Postagem cumpre um pouco desta missão, fazer jus a dois nomes, de guaraqueçabanos, que inscreveram nos anais da história, cada qual de seu modo, um na academia, outro na simples oralidade...
Guaraqueçabano, nascido no dia 10 de
outubro de 1924, filho de Antônio e Isabel Ferreira de Freitas, foi morar ainda cedo em Paranaguá.
Recebeu suas primeiras letras no Grupo Escolar Anexo de Paranaguá, depois indo concluir os estudos no Escola Técnica de Comércio.
No ano de 1946, trabalhando no ramo de
armazenagem e exportação de café, conheceu sua esposa Ruth Ferreira de Freitas,
com quem casou em 05 de junho de 1947 e teve os filhos, Lindanil, Lúcia Helena, Waldomiro, Waldir Roberto e
Lílian do Rocio.
Em 1959, montou a Empresa Gráfica Guarany Ltda, fornecendo
material tipográfico ao litoral.
Formado como Técnico em Contabilidade em 1951 essa sua experiência contábil o levou ao magistério, tendo lecionado, entre 1961 e 1968 no Colégio Comercial Estadual de Paranaguá (atual Alberto Gomes Veiga); Também lecionou em colégios da cidade, como no Colégio Diocesano Leão XIII (1966).
Em 04-04-1966, alcançou a educação superior com a licenciatura em História, pela Faculdade de Filosofia Ciências e Letras de
Paranaguá, onde, pouco tempo depois, lecionou como professor de História do Paraná, História
Medieval, História Moderna, História da
Civilização Ibérica, História da América e Organização Social e Política do
Brasil, recebendo sua aposentadoria em 1989.
Membro do Instituto Histórico e
Geográfico de Paranaguá, do Instituto Histórico Geográfico e Etnográfico
Paranaense, também sócio-fundador do Instituto Histórico e Geográfico de Ponta Grossa,
membro do Centro de Letras de Paranaguá Leôncio Correa (eleito presidente de
1976 a 1984), membro do Conselho Municipal de Cultura e membro da Associação
Nacional dos Professores Universitários de História.
Publicou os trabalhos: A Ilha da Cotinga (1967); Os Lusitanos; Boletim da
História do Brasil, (1968), Curso de extensão em História do Brasil, Aspectos
Históricos de Paranaguá, Tiradentes e os anseios da liberdade - vencedor do
concurso do Conselho Municipal de Cultura, (1976).
*******
Ver a pesquisa: Portos, rotas e comércios. In: Anais do V Simpósio Nacional de História. Disponível no site <http://anais.anpuh.org/wp-content/uploads/mp/pdf/ANPUH.S05.01.pdf>.
Waldomiro Ferreira de Freitas, faleceu em 10 de janeiro de 1993, de complicações cardíacas.
Há uma rua em sua homenagem em Paranaguá
Obs: Informações biográficas acerca de Waldomiro Ferreira de Freitas - um tipo inesquecível. por Amilton Aquim. In: Revista O Itiberê. Paranaguá: maio de 1997. pg.114.
*******
Eugeniano Ferreira
Seu Eugeniano, como todos o conheciam em Guaraqueçaba, era uma daquelas figuras que ficam o dia todo pelas ruas da cidade, dando a esta o tom de bucolismo, parando a conversar com um, rindo com outro, brincando com outros... e em todas as oportunidades contando de suas aventuras durante seus 92 anos de vida.
Numa destas, certa vez subira o Morro do Quitumbê e para surpresa encontrou uma Onça Pintada, ele e o felino, cara-a-cara, se corresse o bicho viria atrás, então resolveu encará-lo, amedrontando a onça que fugiu. Estas e outras histórias Seu Eugeniano andava contando e cantarolando por Guaraqueçaba, inclusive fora registrado algumas no Mito das Onças <http://www.morretes.com.br/cultura/txt/oncaguaraque.htm>.
Lembro-me certa vez que uma equipe o entrevistou, fotografaram, etc... mas como tantas outras o trabalho nunca retornou, serviu apenas para satisfazer a necessidade acadêmica da 'equipe' de pesquisadores...
Infelizmente Guaraqueçaba ainda não aprendeu a valorizar seus filhos, nem os que por aqui lutaram e lutam, menos ainda os que daqui saíram, contribuindo com a história deste Paraná, como tantos outros já referenciados neste blog.
Quiçá um dia valorização seja dada em Guaraqueçaba a estes e tantos outros insígnes vultos desta nossa terra, pois Waldomiro e Eugeniano Ferreira, são guaraqueçabanos Sim, Senhor!.
Numa destas, certa vez subira o Morro do Quitumbê e para surpresa encontrou uma Onça Pintada, ele e o felino, cara-a-cara, se corresse o bicho viria atrás, então resolveu encará-lo, amedrontando a onça que fugiu. Estas e outras histórias Seu Eugeniano andava contando e cantarolando por Guaraqueçaba, inclusive fora registrado algumas no Mito das Onças <http://www.morretes.com.br/cultura/txt/oncaguaraque.htm>.
Lembro-me certa vez que uma equipe o entrevistou, fotografaram, etc... mas como tantas outras o trabalho nunca retornou, serviu apenas para satisfazer a necessidade acadêmica da 'equipe' de pesquisadores...
Certa vez Seu Eugeniano disse-me assim, "cante assim pra ela", ao passar ao seu lado com uma colega: "Que menina tão linda pra ser nora de papai. Se eu não casar com você decerto não caso mais"... Era este um verso do Fandango Caiçara, que Seu Eugeniano tanto participara.
A criançada sempre o ouvia e sempre o parava nas ruas para ver sua tatuagem, a única em Guaraqueçaba, na época. Tinha ali as iniciais de seu nome.
Este blog lamenta a falta de informações bibliográficas, mas se prontifica a constantemente mapear, registrar, resgatar histórias e quem sabe a partir das postagens apareçam mais sobre Seu Eugeniano Ferreira.
Oi gostei do site... o seu Waldomiro é primo de minha mãe Vilma Xavier Sanches... tenho dois tios que nasceram em Guaraqueçaba também Clóvis e Aroldo Xavier... foram grandes homens... abraço... Carlos
ResponderExcluir