"Eu considero Guaraqueçaba um pequeno mundo dentro do mundo"
- Padre Mário Di Maria - (12/07/1974 - entrevista ao Jornal Diário do Paraná)

20 de julho de 2009

Revista Panorama (antiga) - matéria sobre Guaraqueçaba

por Zé Muniz
ATENÇÃO
faz parte desta iniciativa preservar, salvaguardar e transmitir suas ações e acervo.
A "Biblioteca Eugeniano Ferreira", com acervo de Zé Muniz, adquiriu esta semana, uma antiga revista com reportagem sobre Guaraqueçaba.
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Revista Panorama nº 181 - Ano XVII - setembro de 1967
seguem algumas fotos da reportagem
Capa
Título1ª Casa de Barro construída por escravos no Paraná (onde hoje fica o antigo NAES)

as fotos da matéria são de Dimitri Ochrimowicz
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venha conhecer os títulos da Biblioteca Eugeniano Ferreira, especializada com títulos sobre Guaraqueçaba, também Fandango - na Casa do Fandango de Guaraqueçaba.

9 de julho de 2009

Morro do Bronze - maravilha de Guaraqueçaba

por Zé Muniz
Porto do Bronze (defronte ao Poruquara)
foto: Leandro Diéguiz
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foto: Leandro Diéguiz
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O Morro do Bronze, que possui este nome devido ao fato do reflexo que o sol faz na pedra, que é observado na cidade, parece bronze. è possível chegar lá, andando cerca de uma hora até o porto do Bronze, ao pé do morro, hoje propriedade da Fundação Mokiti Okada.
Vista do Poruquara
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foto: Lincon Xavier
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Subindo o morro, por cerca de uma hora, numa trilha considerada pesada para os praticantes deste esporte, chegando ao mirante, este primeiro, observa-se ao longe o Salto Morato.
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foto: Leandro Diéguiz
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na próxima parada, se visualiza a cidade de Guaraqueçaba, um tipo vista área, vê-se algumas ilhas, como o Tromomô, Rasa, além de vista belíssima.
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foto: Leandro Diéguiz
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mais a frente, no cume do morro, ha cerca de 322 metros de altura observa-se Ilha do Mel, Superagui e Morro das Pacas, Ilha das Peças, Tibicanga e toda a vegetação atlântica de Guaraqueçaba.
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foto: Lincon Xavier
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na descida, por outra trilha, encontra-se a "Pedra do Navio" (apesar de não ter nada a ver com um navio) e a centenária e enorme Pé de Guapuruvu.
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Pedra do Navio

foto: Fábio Silveira "Bico"
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Pé de Guapuruvu foto: Leandro Diéguiz
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VISITE GUARAQUEÇABA
VISITE O MORRO DO BRONZE
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eis ai a galera que subiu o Morro do Bronze (08/07/2009) para esta postagem. Foi difícil, Lincon gaguejava muito e ninguém entendia, Bocão suava e dava mostras de um ataque, Leandro escorregava, Ian morria de medo de chegar tarde, a noite, mas chegamos...
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foto: automática
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fonte:
MUNIZ. José Carlos. Guaraqueçaba um pequeno mundo dentro do mundo. obra inédita.


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acréscimo em 04/03/2022

Valeu o desafio do camarada João Carlos Neves
voltar ao Morro do Bronze, mais de 05 anos depois... 
eis algumas imagens. 










7 de julho de 2009

Ararapira - matéria na Revista de História da Biblioteca Nacional

por Juliana Barreto Farias da Revista de História
a partir de relato da Zé Muniz
01/07/2009
Cidade em apuros
Ex-moradores lutam para que vila paranaense fundada no século XVIII não suma do mapa de vez
O reencontro dos velhos conterrâneos acontece uma vez por ano. Alguns chegam um pouco antes e aproveitam para pintar casas e a igreja. Outros são avisados por telefone e vão espalhando a notícia. No dia marcado, vem gente de Curitiba, Paranaguá, Iguape, Cananéia e Registro. Depois de atracarem seus barcos no Rio Ararapira, eles jogam futebol e bingo, participam da missa e acompanham a procissão do santo padroeiro com muitos fogos, cânticos, comidas e bebidas.
A festa em homenagem a São José é uma das poucas coisas que restaram da Vila de Ararapira, na divisa entre Paraná e São Paulo. Há cerca de um século, a população começou a abandonar o lugarejo, e hoje só existem ali casas antigas, a matriz e o único cemitério da região. “Apesar de os ex-moradores ainda manterem um elo com sua Vila, tal cuidado não é suficiente, pois não há muito tempo roubaram a antiquíssima imagem de São José. O lugar também vem sofrendo com a exploração turística, inclusive com a exposição de ossadas humanas no cemitério para atrair visitantes”, revela José Carlos Muniz, licenciado em História pela Faculdade Estadual de Paranaguá e autor de uma monografia sobre as memórias de Ararapira.
Localizada no município paranaense de Guaraqueçaba, a vila foi fundada no século XVIII como ponto estratégico para embarcações que navegavam pelas baías de Cananéia e Paranaguá. Também era alvo de disputas constantes entre os governos de São Paulo e Paraná. O impasse só foi resolvido em 1922, quando o presidente Epitácio Pessoa declarou que as terras pertenciam ao território paranaense. Na época, alguns moradores chegaram a fazer um manifesto pedindo para continuarem como paulistas. E muitos acabaram mesmo se transferindo para o estado vizinho: fundaram uma nova vila do outro lado do rio.
A partir da década de 1950, a mudança para outros centros urbanos virou questão de sobrevivência. A abertura do canal do Varadouro, em 1955, facilitou o escoamento da produção agrícola, mas provocou um aumento considerável do nível do mar e destruiu parte da vila. Vinte anos depois, a instalação da Companhia Agropastoril trouxe uma forma “natural” de expulsão dos moradores. “Eles soltavam búfalos nos matos, e como os terrenos caiçaras não tinham cercas, os animais invadiam e destruíam as plantações. Ainda tinha a ação dos jagunços e as ameaças de morte. Muitos acabaram vendendo suas terras e outros simplesmente as abandonaram”, conta José Muniz. Para completar o processo, a criação do Parque Nacional do Superagui, nos anos 1990, transformou a região numa área de proteção ambiental e impediu que qualquer pessoa vivesse ali.
Hoje, os ex-moradores de Ararapira se espalham por cidades próximas. Dinancor Cunha, de 78 anos, vive em Paranaguá, mas todo ano volta à sua terra natal para carregar o andor na festa do padroeiro. E não se cansa de responsabilizar o Parque pelo completo abandono do lugar. “Toda a cultura de subsistência que ali existia tornou-se irregular, seja o plantio de uma roça ou mesmo pescar naquelas margens. Coube à população ir embora”, acredita.
Mas os velhos habitantes não perderam a esperança de um dia voltar. Até já criaram uma associação para proteger seus interesses e divulgar “sua verdadeira história”.
“Infelizmente, moradores vizinhos e barqueiros, interessados apenas em suas diárias como guias ou ‘historiadores’, passam somente a imagem de uma ‘vila fantasma’ cheia de absurdos, como a morte da família que queria retornar, a loira que perambula pelas trilhas, o corpo seco no cemitério, o que tem causado muita indignação entre os ex-moradores”, afirma José Muniz.

http://www.revistadehistoria.com.br/v2/home/?go=detalhe&id=2493

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segue a matéria do Jorna União de Londrina, segunda-feira, 20 de julho de 2009, onde o Deputado paranaense Luiz Carlos Hauly (PSDB), comovido, encaminhou ofício ao ministro do Meio Ambiente Carlos Minc relatando as causas do abandono de Ararapira e cobra do Ministro ações para proteção da Vila.

http://www.jornaluniao.com.br/noticias.php?noticia=2022

3 de julho de 2009

William Michaud

Por Marcelo Aquino
Telas de Willian Michaud ***

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Guillaume Henri Michaud ou William como era chamado, nasceu em 21 de junho de 1829 na Rue d'italie, no "Chateau" em Vevey (Suiça). William era o mais velho dos 08 filhos, entre eles Nancy, Elisa, Emma e Jules, recebendo uma educação cuidadosa, quando logo cedo foi mandado à escola primária, perto da casa e em seguida ao colégio, onde com o diretor do August Colomb, aprendia francês e história e o desenhar clássico com o professor Gottlieb Steinie, quando se tornou um pintor de extrema categoria, demonstrando em pequenas pinturas em tempos de escola. Filho de Jean Henri Michaud e Louise Baer, de Aarau, ele um rico negociante de vinho, teve como padrinhos de batismo Guillaume Frei e Elise Bernoully. Em 19 de agosto de 1844, William com 15 anos perde sua mãe, já com 40, o que marcaria sua vida para sempre, pois a afeição do pai não se dirigia a ele, que era o mais velho e o herdeiro natural dos negócios paternos, mas ao irmão Jules, três anos mais jovem. Charles Pradez, um comerciante do Rio de Janeiro, de férias, passa pela cidade a procura de especialista para criação de bicho-da-seda no Brasil, quando aconselha-o a vir ao Brasil, pois está cada vez mais distante do pai e outro grande estímulo veio de um amigo de infância, o jovem Henri Doge, de Vevey, que já tinha resolvido emigrar e trabalharia com Pradez. No dia 06 de outubro de 1849, William parte para o Brasil, viajando com seu companheiro até Paris com o Correio e após alguns dias, com o trem até Le Havre. A partida do navio havia atrasado, de forma que os dois jovens viajantes, somente em meados de novembro conseguiram embarcar no veleiro "Achilles", sob o comando do Capitão Lambert. A travessia, bastante tempestuosa, durou 72 dias. Num álbum que tinha levado, William tentava fixar as variadas impressões e acontecimentos que lhe ocorreram desde o inicio da viagem, com anotações e ilustrações, porém infelizmente este diário de viagem fora mandado ao pai logo após sua chega­da, aparentemente não foi conservado. Em 1º de fevereiro de 1849 desembarca no Ancoradouro Fort Vellegagnon no Rio de Janeiro, sendo recebido pelos irmãos Decosterd, só­cios da firma Gex & Decosterd Frères, que ofereceram uma cordial hospedagem em sua casa de campo, situada fora da cidade, na praia da baia de Guanabara, onde pode rever e saudar outros compatriotas, encaminhando a casa de um destes, Rosset, numa fazenda em Jacarepaguá, levando lembranças ao conterrâneo já idoso. Com o amigo Henri Doge vão trabalhar numa fazenda em Palmisal, no Rio de Janeiro, de propriedade de Tavares, que tinha decidido iniciar uma criação de bicho‑da‑seda, onde já trabalhavam cerca de 50 escravos e italianos. A experiência acabou em fracasso completo, pois os bichos‑da‑seda importados da Itália não satisfaziam as exigências das circunstâncias climáticas diferentes do Brasil e degeneravam, por isso, 15 meses mais tarde, Michaud estava novamente no Rio de Janeiro, onde Pradez tentava encontrar‑lhe uma ocupação, numa casa suíça de comércio. Conheceu um engenheiro francês, geólogo e agrimensor, chamado Vallée, encarregado pelo governo de Minas Gerais e Goiás de proceder a agrimensuras, levantamentos cartográficos e pesquisas geológicas e que procurava um homem jovem que soubesse desenhar um pouco, contratando Michaud de 1851 a 1853, quando percorrem grande extensão do país ilustrando os levantamentos cartográficos para o governo de Goiás, com desenhos à pena, que provocaram tal admiração, sendo chamado, após a conclusão do serviço, a exercer a função de professor de Francês e Desenho em Goiás, pelo Presidente da Província, o que negou, voltando ao Rio de Janeiro. Aos 23 anos, Michaud conheceu Charles Perret Gentil (de Neuenburg) - que acabara de fundar a Colônia de Superaguí – e a um ano mais tarde, em suas andanças, estava na mesma Península, onde em 1854 casou-se com uma nativa de nome Custódia Maria do Carmo (ou Custódia Amérigo - Américo) e deste casamento nasceram em 1855 Marie Louise (batizando-a com o nome da sua mãe), 1862 Robert (casa com Elise Durieux e deste casamento nasceram três crianças: Alfred, Cecília e Eugenia), José, Leocádia, Elisa, Maria Joana, 1867 Antônia (casa-se em 28 de dezembro de 1899 com o filho do tessino Giordano Esquinini, de Sondrio, um dos primeiros cafeicultores de Superagui) e mais tarde Ana (casa-se em 28 de janeiro de 1897 com o brasileiro Antônio dos Passos). Assim, Michaud virou um pequeno agricultor, rusticamente cortando um pedaço de mata, queimava e após algumas semanas roçava‑se e, em geral, em meados de agosto, plantava‑se no solo virgem que, no início, é de uma fertilidade quase inimaginável e tudo o que se queria, dava, primeiro o necessário a vida de cada dia: feijão, cozido principalmente com carne seca, depois arroz e especialmente milho, para o pão e também como alimento para as aves domésticas e o porco. Além disso, a mandioca que é transformada em farinha e torrada com banha e acrescentada como fonte nutritiva, também café, tendo especial cuidado com cultura da uva, que lhe deu boas colheitas nos declives do morro Barbados, o que o fez junto com o vizinho alsaciano Sigwalt, se dedicar a vinicultura, chegando ater 1.000 videiras, produzindo o vinho denominado "petit Bordeaux", comparável ao suíço, como se diz no relatório oficial à Assembléia, de 31 de mar­ço de 1877: “o vinho que se produz na colônia (de Superagui) tem tido boa aceitação nesta capital". Nunca deixou de desenhar e pintar, mais ainda quando em 13 de novembro de 1885, o Presidente da Província do Paraná – Alfredo D’Escragnolle Taunay – visitou Superaguí, juntamente com o Visconde de Nácar e se hospedaram na casa de Michaud, fundando uma associação de imigrantes, designando Sigwalt como presidente e Michaud como secretário, e daquela amizade, começou a ganhar regularmente pincéis, livros, jornais e telas, que pintava e enviava às irmãs enrolados com cartas, dentro de bambú e também presenteava amigos em Paranaguá e Curitiba. A situação econômica da família melhorou, comercializando madeira, também tinham uma casa comercial e uma olaria. Em 1883 foi nomeado, pelo amigo Luís Ramos Figueira - responsável pelo ensino primário, como professor interino do Superaguí, mesmo que nunca recebera um programa de ensino, manuais ou qualquer outro meio, nunca as autoridades demonstraram interesse por sua conduta, mandava as matrículas de seus alunos e seus relatórios, tentava ensinar leitura, escrita e cálculo e recebia, por tudo isto, o salário de 2OO mil réis anuais, que logo depois, fora aumentado para 30O mil reis e como não havia prédio para a escola, ainda reunia os 43 alunos em sua casa. Em junho de 1888, as aulas tiveram que ser suspensas "por falta de verba", mas recomeçaram em 03 de novembro de 1890. Dois anos depois, no mês de julho, perde seu cargo, vitima da derrota sofrida pelo governo nas eleições, sendo convidado a retornar em 1895, mas não aceita, porém reconsidera e em 1898, com quase 70 anos, assume o cargo, por falta de substituto. Na mesma época em que foi inaugurada a escola, Superagui foi elevada a distrito (incentivada pela visita de Taunay), sendo separada administrativamente de Guaraqueçaba, porém seu fundador Perret‑Gentil já tinha a abandonado deixando Louis Durieux, o mais velho colo­no, como administrador. Michaud foi Juíz de Paz, onde tinha que fiscalizar os registros civis e, nas eleições comandar a presidência da mesa, atuando como comissário distrital no Censo de 1890. também trabalhou como Agente dos Correios, até a Revolução Federalista (1893/1894), quando recebeu acusações injustas. Foi preso com seus dois filhos, Robert e Joseph e enviados a Paranaguá, onde por interferência de amigos que tinha na cidade, principalmente descendentes do Visconde de Nácar conseguiu a imediata liberação, enquanto seus filhos foram postos em liberdade no dia seguinte, quando desabafa a suas irmãs na Suíça: "Vocês não fazem sequer idéia do que nós sofremos: felizmente encontramos aqui, em Paranaguá, algumas boas pessoas". Quando retornou a Superaguí, encontrou sua casa saqueada e destruída pelos soldados da polícia e sua família escondida nas matas, quando financeiramente foram socorridos pelos parentes da Suíça, que lhe enviaram quantias de dinheiro. Foram penalizados os culpados, porém Michaud ficou extremamente abatido com o acontecido, a ponto de se arrepender de ter vindo ao Brasil, lamentando não poder retornar a Europa, entristecendo-se mais quando recebe a notícia, em 1864, do falecimento do pai. Sua esposa falece em 10 de novembro de 1895, quando escreve à irmã dizendo que se pudesse voltaria a Suíça, não o faria por estar velho e com raízes na região: "Que bons anos perdidos vindo ao Brasil... Mas a juventude é tola e não aceita conselhos!". Com o decorrer dos anos, os velhos amigos da Colônia faleciam um a um e Michaud sente-se solitário, ainda que em 1899, convidado pelos irmãos a visitar a pátria, o que foi recusado, apesar da grande vontade, ainda que sua irmã Elisa propôs vir visitá-lo, ele a desestimulou, mas aumentaram os convites depois do falecimento das irmãs Custódia, Emma e Nancy, quando lhe enviam dinheiro para a viagem mas, após reflexões profundas, Michaud devolve o dinheiro e pediu‑lhes, de uma vez por todas, que desistissem desses planos, dizendo que envergonhava‑se de viajar às custas de outros e de encontrar lá, gente que "não Ihe poderia perdoar que ele não tivera sucesso". No ano de 1900, último censo que organizara, Superagui possuía 1.480 almas, número que expressa um certo progresso, entre elas um dos fundadores, Giovanni Batista Rovedo, todos os outros, suíços, italianos e alemães, estavam mortos. Em 07 de setembro de 1902, pelo meio-dia, Michaud morreu, deixando seus últimos anos de amargura e tristeza vivido no lugar que tanto amou, Superaguí, onde alí mesmo foi enterrado no velho Cemitério de San Martim. Para comunicar o fato para as tias na Suíça, os filhos de Michaud, pediram ajuda ao Pe. Hyppolite Lassaiaz, que trabalhava na Santa Casa em Paranaguá, para escrever no idioma francês. Na sua cidade natal, na Suíça, a sua casa virou um museu, onde há exposição permanente de suas cartas e aquarelas. “ (28/12/1884) - Sabes que estamos no verão, muitas vezes faz um calor sufocante que ocasiona tempestades terríveis, na Terça-feira passada tivemos um vendaval terrível , tão forte que a maioria das casas sofreu as consequências, as telhas voaram, as árvores foram arrancadas pelas raízes, todas as bananeiras quebradas e os campos de milhos destruídos, inclusive os vinhedos, atualmente carregados, foram por terra, em alguns lugares as estacas foram quebradas pela violência do furacão, apesar destes ventos, os cafeeiros nada sofreram e estão cheios de frutos. Atualmente os matos estão coberto de flores vermelhas e violetas, brancas e amarelas. E ao penetrarmos nos bosques encontramos muitas árvores cobertas de frutos, e que portanto, havia florescido antes, se pode crer que estamos no paraíso, os cafeeiros florescem no mês de maio e não acabamos de recolher a colheita do ano passado até o mês de outubro, de modo que ao, colher os frutos maduros, os cafeeiros já estão cheios de frutos e brotos. As vinhas estão carregadas de frutos e começaram a amadureçer, a vindima será em janeiro, temos cana de-açúcar o ano todo, também bananas, de abril a setembro são as laranjas e outras frutas; Portanto vês que, neste país privilegiado, as flores e os frutos se sucedem sem interrupções o ano todo. Mas também existe o reverso da medalha, as febres intermitentes (que não existe quase sobre as mesetas do interior), as dificuldades na criação de gados, por causa de vampiros (morcegos) que chupam o sangue dos animais acasionando-lhes úlceras, onde as moscas depositam suas larvas; Também deves pensar, em um país onde não faz frio, nem inverno, o verde é constante, as ervas daninhas crescem com um vigor desconhecido na Europa, sendo o principal trabalho do agricultor arrancá-las e secá-las e deixá-las sobre o terreno, formando uma cobertura vegetal, pois, se não são extirpadas, asfixiam as plantas que nada produzem; Apesar de todos estes incovenientes e de outros, este é um paraíso para as pessoas pobres, honradas e trabalhadoras, que vivem em abundância e não temem os longos invernos da Europa, tão frios e terríveis para os pobres”. O barão de Taunay escreveu ao então vice‑presidente do Paraná, Dr. Joaquim Almeida Faria Sobrinho, após sua visita a Superagui: "Eu encontrei, naquele lugar mal conhecido mas não menos interessante de nossa Província, um professor verdadeiro, cercado de muitos alunos, que é, ao mesmo tempo, um artista notável com o qual, desde então, cultivo as mais agradáveis relações".
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Fonte das fotos: William Michaud von Vevey (1829 - 1902). Schicksal eines Schweizer Auswanderers in Brasilien. von P. Dr. Emílio Cl. Scherer. 1960.
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Pesquisa:
Zé Muniz. "Guaraqueçaba um pequeno mundo dentro do mundo". obra inédita.
SCHERER. Emilio. Willian Michaud Von Vevey (1829-1902). 1960.
SCHERER. Emílio. Michaud: O pintor de Superaguí. Fundação Cultural de Curitiba - 1979.
 
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assista ao filme "Michaud entre os crocodilos e as serpentes"

2 de julho de 2009

rua do descaso - ficou apenas na promessa de campanha

por Zé Muniz
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existe sim um DIREITO DO CIDADÃO que lhe dá sim O DIREITO DE IR E VIR. Mas em Guaraqueçaba, apesar de pagar os devidos impostos, inclusive o IPTU, que é calculado com base no tamanho e condições da moradia e também se esta moradia esta numa rua, se possui asfalto ou outra melhoria, parece que AQUI não acontece estes direitos do cidadão.
APRESENTO-LHES a Rua Professor Manoel Malaquias, no centro da cidade, alvo de promessas de campanhas, seja por nossos representantes do Legislativo e mesmo do Executivo e deixo claro, que estiveram lá somente uma vez nestes 04 ou 08 anos, APENAS DURANTE A CAMPANHA ELEITORAL.
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não é invenção minha - veja as fotos
foto: Zé Carlos Muniz
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no mês de julho e agosto ocorrem as marés grandes, quando enche consideravelmente o nível. E o resultado é a completa invasão da água do mar em nossa rua, somos obrigados inclusive de encontrar um outro acesso, pulando cercas dos visinhos, por exemplo, ou pisar na água.
foto: Zé Carlos Muniz
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há um outro problema - o sistema de saneamento, quando há uma quantidade de chuva o sistema não suporta e estoura ali, no final desta "rua". Quando era o dejeto de poucas família que ia para o mangue era crime ambiental, agora são dejetos de muitos da cidade, que além de cair em área de mangue, exalam um horrível odor - JÁ RECLAMEI, inclusive na Ouvidoria do Estado, mas nem por este somos auxiliados.

foto: Zé Carlos Muniz
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foto: Zé Carlos Muniz
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pois é estou reclamendo de minha rua, mas acompanhem a situação de algumas tantas outras ruas em Guaraqueçaba
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foto: Leandro Diéguiz
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foto: Leandro Diéguiz
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foto: Leandro Diéguiz
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repito e deixo claro o autor desta postagem - José Carlos Muniz
CAROS FUTUROS REPRESENTANTES - NESTA RUA, ABOLIMOS TAMBÉM O VOSSO DIREITO DE IR E VIR EM ÉPOCAS DE CAMPANHA E DEPOIS SUMIREM.

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acréscimo feito dia 13 de maio de 2012

acreditem nobres leitores, depois de tantos anos, tantos ofícios remetidos à Câmara, conversas diretas com prefeitos (passados), tantas promessas de prefeitos e vereadores, entrou um, que sequer havia prometido algo a população, muito menos a nós, moradores desta rua, mas olhem só, este, em pouquíssimo tempo de gestão iniciou as obras de melhorias em nossa rua.
Me resta pensar, que as proibições, a falta de maquinários, falta de pessoal, falta de licenças, etc... eram todas desculpas de ex-governantes e vereadores representantes que deixam claro que apenas "eram bom de papo".
Para cumprir mesmo, eis ai um bom, nada prometeu, mas fez acontecer em lugares que realmente precisavam.

OBRIGADO PREFEITO HAROLDO

iniciaram nesta semana (09 de maio de 2012) melhorias na Rua Professor Manoel Malaquias

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2016
no segundo semestre deste ano temos uma nova frente de obras na citada rua, concluindo-a pouco antes do pleito eleitoral daquele, porém, visivelmente com falhas estruturais a obra, tão logo a primeira maré de ressaca/cheia começou a desabar, visto não conter muros de arrimo.

 

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2017
Tão logo inicia a nova gestão, em julho deste, também voltam máquinas a despejar aterro na Rua, e novas promessas de recuperação do que nem havia sido inaugurado e já apresentava erosão...




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QUAL SERÁ O PRÓXIMO CAPÍTULO??????