por Zé Muniz e Joanil Gonçalves Martins Jr.
Há tempos atrás, algum leitor (anônimo) deste Blog, em seu comentário numa das postagens, pedia-nos para publicar acerca da biografia de D. Marcília, a madrinha de muitos guaraqueçabanos... Os anos se passaram, mas a ideia ficou guardada, esperando para germinar.
Quando por hora, 2018, no ano do centenário a mesma ideia veio a tona numa conversa com o bisneto Júnior Negão, que assina esta postagem, e iniciamos com auxílio da filha, neta e bisnetos, esta singela escrita biográfica, homenagem pela passagem dos 100 ANOS DE NASCIMENTO de Marcília Lopes Barbosa - a Madrinha de Guaraqueçaba.
Dona Marcília
Dona Marcília é nascida em Guaraqueçaba, na localidade Cerco
Grande, no dia 22 de agosto de 1918, sendo filha de Manoel Salustiano Lopes e Bernardina Luiza.
Dona Marcília juntamente com as irmãs e amigas
Eugênia, Aninha (irmã), Rosinha (irmã), Marcília e Porcina - Maria Bernardina (ao fundo)
Em casamento arranjado, costume de época, Marcília e o titular do cartório civil Antônio Barbosa Sobrinho, passaram a residir no Costão, em Guaraqueçaba e do enlace nasceram os
filhos: Maria Ione Barbosa, Neide Guiomar Barbosa e Antônia Lopes Barbosa.
Antônio Barbosa Sobrinho e Marcília Lopes Barbosa
Quando aposentado do serviço cartorário
(repassando ao sobrinho Edson Nascimento, saudoso “Seu Didi”), Antônio Barbosa
Sobrinho fora eleito Vereador de Guaraqueçaba nas eleições de 1959 pelo PSD
(com 59 votos) e na de 1968, pelo ARENA (com 69 votos), constando ainda como Suplente
na eleição de 1963, pelo PDC. Algum tempo depois, abandonando a vida pública, juntamente com a família tomou
rumo da capital paranaense onde residiram até o falecimento de Barbosa
Sobrinho, quando então Marcília e as filhas Maria Ione e Antoninha, estas aposentadas pelo magistério, resolvem retornar à terra natal. Na capital permaneceu Neide, com família constituída por lá.
Dona Marcília e as filhas Neide, Antônia e Maria Ione
Dona Marcília iniciou sua carreira profissional no
telégrafo local, em Guaraqueçaba, porém, já de família conhecida por todos em função do serviço
desempenhado pelo marido no cartório, portanto conhecedora dos sacrifícios e
condições de vida do guaraqueçabano, Marcília ocupou-se da homeopatia, treinando
algumas técnicas, como autodidata, e aperfeiçoando outras com o auxílio de
alguns livros “de cabeceira” que possuía e a tão guardada caixinha de remédios homeopáticos...
Este serviço, em prol do povo necessitado, uma vez a inexistência de auxílio médico em Guaraqueçaba, Marcília Lopes Barbosa o realizava com primazia, recebendo inúmeras visitas em
sua residência em busca de auxílio, por vezes visitava outros que não mais
podiam lhe procurar, atenção e cuidado que fez aumentar o carinho e admiração por D. Marcília e em
forma de reconhecimento e agradecimento foi convidada a batizar e assim o fez, mais de 80 criancinhas, hoje
homens e mulheres de Guaraqueçaba.
D. Marcília com a irmã Rosinha e cunhados
Dona Marcília e bisnetos
pela passagem do 80º aniversário em celebração na Igreja do Bom Jesus dos Perdões, em Guaraqueçaba
(ao centro D. Marcília, ladeado por afilhados e outros familiares)
Dona Marcília conquistou não apenas seus contemporâneos com seu carinho e atenção em seu gratuito trabalho homeopático. Muito além de seu tempo, permaneceu a admiração e grande exemplo de dedicação às causas do povo de Guaraqueçaba, fazendo-nos lembrar nesta passagem de seu centenário e agradecer obrigado Dona Marcília - MADRINHA DE GUARAQUEÇABA!.
Marcília Lopes Barbosa faleceu em Guaraqueçaba no dia 28 de junho de 2003, deixando as filhas, 04 netos (Simone S. Garcia e Cláudio S. Garcia, Signal S. Moreira Jr., Gláci Maria Almeida Martins e Joanil G. Martins), 08 bisnetos (Cláudio S. Garcia Jr., Fernanda P. Moreira, Bernardo P. Moreira, Janaína Pedro, Maria Cecília Almeida Martins, Joanil Gonçalves Martins JR., Caroline de Almeida Martins e Thais C. Almeida Martins), mais de 80 afilhados, centenas de admiradores.
"não podemos nos apegar nas coisas desse mundo. Temos que pedir nessa vida para sempre ter sabedoria. Sempre sabedoria".
D. Marcília Lopes Barbosa.
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no ano de 1934 recebeu esta aquarela do amigo e reconhecido pintor Rafael Lopes da Silva
presenteada pelo então Prefeito Antônio F. Ramos Fº e esposa esta placa pela passagem do 80º aniversário
Rua Marcília Lopes Barbosa - homenagem póstuma que recebra em 2015
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Esta postagem também serve para conclamar
estes e outros amigos, afilhados, conhecidos, com histórias acerca de D. Marcília, a contribuírem com suas memórias.
Fica o espaço de comentários para eventuais
lembranças da Madrinha Marcília.
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PARA SABER MAIS
Rafael Lopes de Souza:
Parabéns Zé pela homenagem, e pelo zelo, realmente ela foi mto importante para nossa familia e Cidade. Obrigado pela iniciativa.
ResponderExcluirApenas agradecer o dom da Vida, e vida doada a nós Guaraqueçabanos, que por quão distant que estejamos da terrinha, a terrinha nunca sai de nossos corações, Obrigado grandemente Zé, ao primo Júnior por essa belíssima recordação cheia de paz, amor e esperança...
ResponderExcluirParabéns Zé por essa belíssima homenagem. A tia Marcília realmente era tia, madrinha e porque não dizer mãe de muita gente. Pois ela sempre tinha o carinho de mãe com todos que se achegavam a sua casa. Pessoa de coração enorme, que ajudava os outros sem fazer distinções.
ResponderExcluirMuito orgulho de ter convivido com minha tia querida passei natais inesquecíveis na sua casa e os domingo depois da missa era la na sua casa q as familias se reunirão para assistir o fantástico ja apenas eles tinhan TV na época saudades muitas saudades .
ResponderExcluirGratidão por tê-la como avó, pessoa de alma pura simplesmente um ser humano fantástico, aprendi muitas coisas q levo pra minha vida! Amei esta homenagem lendo e vendo as fotos não tem como não se emocionar vendo minha avó, minha mãe Neide e minhas tias! Obrigada Zé por esta linda homenagem e a Juninho por não me deixar de fora! Amo fazer parte e tudo isso! Boas lembranças somente! Grande abraço Simone
ResponderExcluirZé, ouso dizer que desde a morta da minha vó Neide e da bisa Marcília apenas pisei em Guaraqueçaba uma única vez e a mais de 10 anos não vou mais para a cidade. Hoje você me fez lembrar de como eu amo esse lugar e de quantas lembranças tenho cravas por essas ruas. Saudades da minha bisa, saudades da minha avó, saudades da minha Guaraqueçaba.
ResponderExcluirVó Marcília pessoa de caráter singular, generosa e atenciosa saudades minha Vó!
ResponderExcluirZé Muniz parabéns pelo seu trabalho você realmente é um historiador fantástico!!
SIGMAR JUNIOR
Boa tarde, Zé Muniz! Sou tataraneta de Maria Carolina de Lisboa e, pela primeira vez na vida, estive em Guaraqueçaba nesta semana. Queria ver com meus próprios olhos a cidade cenário das historias de infância da minha bisavó e avó. Eu gostaria muito de saber se você tem informações históricas sobre meus tataravós e também se gostaria de marcarmos uma conversa com a minha avó que mora em Curitiba. Ela tem 89 anos, não sei se terá pique para ir até Guaraqueçaba, mas, caso você venha a Curitiba, por favor, entre em contato comigo para marcarmos um café com ela. Meu telefone é (41) 99243-7295. Obrigada pela atenção e parabéns pelo seu trabalho :)
ResponderExcluirHistória linda de muita emoção e saudades, recordações que enche meu coração.
ResponderExcluirTrabalho lindo Zé Muniz, parabéns...faça um livro de todas as suas escritas; Guará com suas histórias lindas, encantadoras. Parabéns...sucesso.