11 de novembro de 2017

"Seu Pitaco" - Manoel Dário do Nascimento

        Sobrenome tradicional em Guaraqueçaba, os “Nascimento” deram grandes contribuições à historiografia paranaense, com a composição do Hino do Paraná pelo Major Domingos Nascimento (ver: http://informativo-nossopixirum.blogspot.com.br/2012/05/150-anos-de-domingos-nascimento-1862.html, também http://informativo-nossopixirum.blogspot.com.br/2009/05/domingos-nascimento-147-anos-de.html e https://www.youtube.com/watch?v=KKvnm8a0ZLw por exemplo; outro parente não muito distante, Eraldo Manoel do Nascimento é o criador do desenho da Bandeira Municipal de Guaraqueçaba, tendo ainda se destacado na vida política, assumindo a função de vereador e vice-prefeito municipal.
        Biografia ímpar na vida política, também na educação de Guaraqueçaba é a história de Seu Pitaco...


Manoel Dário do Nascimento era filho de Januário Luiz do Nascimento e Maria Eugênia da Costa do Nascimento, tendo nascido em Guaraqueçaba, no lugar Cerco Grande no dia 25 de outubro de 1913.
O apelido de “Pitaco” recebeu do avô Manoel Leandro da Costa, comerciante que fora o primeiro Vice-Prefeito de Guaraqueçaba, em 1880, pois quando menino, Manoel Dário frequentemente visitava o comércio do avô a espera de doces e guloseimas e, sempre de aguçada curiosidade, perguntava acerca de diversos assuntos que por ali ouvia e observava, dando sempre seus “pitacos” ou palpites.
Pitaco e a irmã Efigênia do Nascimento ficaram órfãos de mãe ainda cedo; o pai, contrai novo enlace matrimonial, do qual nasceram mais dois irmãos: Azuil Colombes e Ivanilde Colombes.
A infância pobre e sofrida na pesca artesanal e agricultura de subsistência é empecilho ao andamento dos estudos, interrompendo a possibilidade de sua conclusão, o que somente vai acontecer anos mais tarde.

Dona Kita e Seu Pitaco

Em 23 de setembro de 1939 Manoel Dário do Nascimento se casou com Maria Rosa dos Santos “Dona Kita”. Deste enlace nasceram os filhos: Eugênia Maria do Nascimento "Dona Geni", Euzélia Izete do Nascimento, Edson Nascimento, "Didi" (In Memoriam), Eraldo Manoel do Nascimento, Eurival Carlos do Nascimento "Euri" e Ênio Januário do Nascimento.

        O neto, cantor e compositor Thon Soá o homenageia com a música "Maria chamô Pitaco" Ver: https://www.youtube.com/watch?v=TlK04YKbvCE.

É somente após o casamento que Manoel Dário do Nascimento retorna aos estudos, concluindo pouco tempo depois.
Seu Pitaco (em destaque à direita)
durante a visita do Governador Emílio Gomes à Guaraqueçaba em 25/11/1973

A vida na educação inicia a partir de 15 de março de 1949, quando o prefeito de Guaraqueçaba Celso Roberto Xavier o nomeia como professor da Escola Municipal Isolada de Rio Poruquara Mirim (à época chamada de Garaponga), onde permanece por dois anos.
De lá é transferido para assumir a cadeira de magistério na Escola Municipal de Tibicanga, onde permaneceu por mais algum tempo até seu retorno à Guaraqueçaba, motivado principalmente por recorrentes problemas de saúde na família aliado a falta de recursos e distância da sede.
Exerce ainda a função no magistério na Escola Isolada de Poruquara, onde permaneceu ao longo de cinco anos, quando então retorna a Guaraqueçaba para assumir a Sub-Inspetoria Estadual de Educação, onde permaneceu até meados de 1970, quando pede então sua aposentadoria.

As filhas Eugênia e Euzélia ainda herdaram do pai a vocação para o magistério, exercendo a função na Escola Municipal Antônio Barbosa Pinto.

Na vida política, Manoel Dário do Nascimento seguiu os passos do avô Manoel Leandro da Costa, assumindo a presidência do PSD Partido Social Democrático, pelo qual foi eleito Vereador no ano de 1947, ficando ainda como Suplente em pleitos posteriores.

Ainda na vida pública respondeu pelo cargo de Delegado de Polícia, Juiz de Paz e Fiscal Tributário, além de eleito em 29 de junho de 1978 como Presidente da Colônia de Pescadores de Guaraqueçaba, a qual foi o responsável pela sua constituição legal, bem como pela construção da sua atual sede.

        Manoel Dário do Nascimento "Seu Pitaco" faleceu em Guaraqueçaba no dia 25 de setembro de 1998.



Pesquisa: Profº. Me. Zé Muniz.
Colaboração: Eugênia Maria do Nascimento Viana, Everaldo Nascimento Viana e Lislaine de Fátima Viana Vidal.
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        Seu neto Thon Soá já teve postagem homenageando-o no Blog Nosso Pixirum http://informativo-nossopixirum.blogspot.com.br/2010/09/thon-soa-guaraquecabano-sim-senhor.html

10 de outubro de 2017

Memorial do Fandango Caiçara “Mestre Janguinho”

        Um legado se constrói aos poucos... O legado de Mestre Janguinho, de mutirões, sapos, fintas, gambadas, intruidos, sempre acompanhado de sua viola, companheira inseparável, se reflete hoje em Guaraqueçaba nos dois grupos culturais (Fandanguará e Canutilho Temperado), efervescente que foi na década de 1990 quando o então Grupo Teatral “Pirão do Mesmo” encenava um espetáculo chamado “Fandango”, contagiando e trazendo a tona a necessidade do fortalecimento da identidade cultural caiçara.

Mestre Janguinho, Seu Chiquinho Inácio, Nhô Júlio, a Família Pereira e diversos outros fandangueiros iniciaram lá atrás esta valorização e, resultado, hoje o Fandango Caiçara é reconhecido e registrado como Patrimônio Imaterial do Brasil.

Não poderíamos jamais esquecer estes e outros tantos que nos precederam. Pensando nisso, em forma de respeito e agradecimento os jovens fandangueiros herdeiros desta tradição no ano de 2015, idealizamos, escrevemos e propusemos ao então Vereador Oromar Rodrigues, que gentilmente aceitou o pedido, transformando-o em Projeto de Lei, devidamente aprovado pelos vereadores e sancionado pela então gestora - Dia do Fandango Caiçara “Mestre Janguinho”.

Salvo alguns contratempos, a dúvida se era feriado ou não, aconteceram atividades culturais nas escolas e pela cidade e neste 2017, com total apoio da Gestão Municipal 2017-2020, mais um artigo da referida lei foi contemplado – o Memorial “Mestre Janguinho”, inaugurado na manhã desta segunda-feira (09/10/17).


Grupo Canutilho Temperado, Grupo Fandanguará, familiares do Mestre Janguinho, Prefeito e Secretário de Cultura no Memorial Mestre Janguinho 
 

        Nos resta agradecer aos familiares do Mestre Janguinho.
       Também à Gestão Municipal na figura dos Sec. Sérginho, também Luciane Teixeira, principalmente ao Prefeito Hayssan Colombes Zahoui pela receptividade e apoio e quiçá será um marco de sua administração o respeito e valorização à nossa história e cultura...
       Principalmente agradecemos aos jovens caiçaras/fandangueiros que dão exemplo idealizando, escrevendo e propondo, repito idealizando, escrevendo e propondo justa homenagem ao seu velho mestre... e que na figura e exemplo de Mestre Janguinho se evidencie o esforço de tantos outros nomes na luta pela cultura e identidade caiçara em Guaraqueçaba.

Parabéns ao povo caiçara... Viva Mestre Janguinho... Viva os mestres do Fandango Caiçara.

Para saber mais sobre Mestre Janguinho:
Para saber mais sobre a Lei 438/2015:
         Cópia da Lei nº. 438/15:
https://drive.google.com/file/d/1esS3R5zQtKVQfzNQJAznOxVN60Kh63Qg/view?usp=sharing
        Para saber mais sobre a homenagem aos mestres:
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2 de outubro de 2017

Temperando a Saudade - Semana do Fandango Caiçara de Guaraqueçaba

Guaraqueçaba celebra a Semana do Fandango Caiçara Mestre Janguinho <http://informativo-nossopixirum.blogspot.com.br/2015/10/nho-janguinho-o-mestre-do-fandango.html> e em agradecimento ao aprendizado e exemplo que nos deixaram, prestamos nossa singela homenagem aos velhos mestres do Fandango Caiçara.

        “Vocês podem dançar”. Foi o derradeiro conselho de Dona Dina, lá pelos idos de 1999, quando com um velho gravador, dávamos os primeiros passos no que se transformaria numa constante – registrar a cultura em Guaraqueçaba, ou melhor, fazer Fandango Caiçara ca nossa gente...
        Havia alguns poucos jovens, que mais apareciam pra fazer teatro e viajar do que qualquer outra coisa, mas sempre tavam lá, aprenderam. Havia também um velho mestre na viola – que tinha um guizo de cascavel e com seu camarada, pouco se importavam com a hora em que o espetáculo ia terminar. Ué, o Fandango tem despedida, mas num acaba... e continuavam tocando e cantavam que nem que tivessem esfregado cigarra no peito. e n c a n t a v a m.
        Neste dia em que celebramos o Fandango Caiçara em Guaraqueçaba, com muito orgulho agradecemos àqueles que nos ensinaram a amar, respeitar, enfim, viver nossa tradição.
        Toda tardinha Guaraqueçaba ouvia o bufo da viola de Seu Janguinho, enquanto nós, então jovens fandangueiros, tentava dançar... “pare, pare”: Dizia quando dava balaio. Também pudera, sempre tava por lá a Família Pereira, nós não podia fazer besteira e com Chiquinho Inácio repicando seu tamanco de canela, então, pulando por cima dos bancos, nós ficava tudo sem jeito, pois não conseguia acompanhar mesmo, ficava só olhando... Seu fiel camarada Nhô Júlio ponteava o cavaquinho e, juntos – Nhô Júlio e Janguinho, eram um espetáculo só – Fandango Caiçara no então “Grupo Teatral Pirão do Mesmo”.
        Veio o “Fâmulos de Bonifrates” e o fogo da cultura caiçara reascendeu em Guaraqueçaba e como tavevê pra tudo lado iniciaram pesquisas e visitas à fandangueiros, soprando a luzerna em entrevistas, reascendendo os fandangos em comunidades, enfim, um brazido de informação, redescoberta, um mergulho em nossa tradições e isso cresceu e deu fruto, igual os brotos de um Caxetal, nasceram novos fandangueiros - Fandanguará, hoje também Canutilho Temperado.
        Não foram poucas as vezes em que entre um gorpinho de café e outro, nos cantavam modas, contavam histórias, eternizavam suas memórias.
        Há, Dona Durçulina, quanta sabedoria. Salve o Divino Espírito Santo, sempre dizia Seu Faustino, Dona Cida e Dona Dina. Quanto gosto Seu Júlio Pereira, Andrino, Randorfo... nós quase se rachava sirrindo cas piadas e fique esperto - “Compadre, paga nada”, sempre dizia Zé Norberto.
        Seu Hugo Amorim e esposa Dorçolina, Arminda, Osminda Silva, Maneco “Onça”, Conceição Constantino e Dona Pedrina França - transcendiam, voltavam ao tempo de criança.  Antônio “Peva” dedilhando o intivado de novo, então, estava ali o amor ao Fandango, quietinho, guardado em seu coração.
        Meu Bum Jisus, quanto intruido em Superagui; Pedro Miranda, Alcides Rodrigues, Zé Esquenine, Antônio Leotério – era só chegar, certeza, todos estavam ali, entre uma Chimarrita e um Dondon, impossível não tomar uma Cataia, pois então, também bebi.
        O toque Pelas Três, difícil de se encontrar, Fausto Pires faziam com tanta naturalidade, era impossível não admirar; Antônio dos Santos temperava sua viola e num ficava sem tocar, pois a “viola é uma gente, que come comigo na mesa e a alegria dela é que espanta minha tristeza”.
        Ei Seu Eugênio, ôh fandango bom nos tempo de dantes no Cerco Grande hein; Gabriel Martins em Ararapira e quase sempre em Romaria; João “Buso” na Ilha Rasa destemperava a afinação quando cantava o Terço, silêncio (chiiiiii), ele era o Capelão.
        É uma grande gentarada só que MeuSenhorBumJisuisdeládeIguape, alguns batelão carregado de fandangueiro. Fiquei pensando num mutirão com uma gente dessa; que lemarde festa não. Heiheiiii BumJisuis... Mandipuva na mesa, Mãe c’a Filha na caneca, arroz com café na esteira, Recortado, Sapo, Faxineira, Querumana a noite intera... Toque o Anú - sai azar - que seja boa a brincadeira e quando o sol começar a raiar, não precisa parar, pois vai ter a domingueira e pra morena mais charmosa, tem pé-de-moda da Graciosa.
        Sai pra lá Pé-Redondo, não quero nada com tú... Nós é assim... Inverga, mais num quebra... se nosso tempo na terra acabar, por mim, lá no céu também tem tablado e esse povo tudo já tá lá com São Gonçalo, temperando sua viola com toeira de metal e canutilho dourado.
        Quanto a nós, cabe ainda esperar, pois “não há machado que corte a raiz do meu catar”... Ainda por aqui precisamos cumprir nossa missão... bater o tamanco pela cultura caiçara... respeitar aqueles sempre mestres – Obrigado - os mestres de hoje – Respeito - e os mestres que virão – é assim que vive nossa tradição. Viva Guaraqueçaba – Viva o Fandango Caiçara que Deus deixou pro regalo da pobreza... Amanheceeeeeee...

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PROGRAMAÇÃO

 
 
 
 
 
 

14 de setembro de 2017

EU❤GUARÁ

        Letreiros chamando atenção para algum ponto específico ficaram famosos com o (hoje) maior símbolo da indústria cinematográfica - que objetivava ganhar destaque para a área e vender terrenos - a partir do qual, ganharam o mundo em diversos modelos e variados formas; naquele país norte-americano, fica em local íngreme, cercado e de proibido acesso, porém, em outros exemplos, instalados no Brasil e em diversas cidades do mundo, respeitados a língua local, bem como acrescidos de características peculiares de cada região, convidam a população, do local e visitantes, a fazerem parte do cenário, fotografarem, cumprindo seu papel, nesta nova configuração que ganha esta simbologia, a exaltar a identidade daquele local, ou seja, o amor que aquele que ali se põe a pousar sente ou passou a sentir por aquele local.  

Hollywood (como era em 1923)

        Não sei se foi esta a ideia do letreiro instalado na Pça. William Michaud, em Guaraqueçaba, mas certamente é um belo exemplo disso... como vi neste último feriadão (7 de setembro) turistas fazendo uma lembrança do lugar que visitavam e melhor, como vi guaraqueçabanos orgulhosos por retratarem seu amor à "terrinha"... idosos, adultos, crianças, homens e mulheres se abraçavam, sorriam, com as mãos faziam "coraçãozinho", ficavam próximos ao Guará (Eudocimus ruber)... demonstravam orgulhosos, amar sua terra.


        Quiçá seja este o primeiro de muitos outros "símbolos" valorizando nossas personalidades, ícones de destaque, a cultura caiçara, enfim a identidade, o orgulho de ser guaraqueçabano. lembro aqui um conterrâneo de destaque, biografia ímpar que certamente precisamos conhecer, reconhecer e valorizar - http://informativo-nossopixirum.blogspot.com.br/2009/05/domingos-nascimento-147-anos-de.htmlhttp://informativo-nossopixirum.blogspot.com.br/2012/05/150-anos-de-domingos-nascimento-1862.html -  também o vídeo https://www.youtube.com/watch?v=KKvnm8a0ZLw .
        Da mesma forma, vale lembrar que Guaraqueçaba é a TERRA DO FANDANGO, também a Mata Atlântica considerada PATRIMÔNIO NATURAL DA HUMANIDADE, o CAIÇARA, INDÍGENA e QUILOMBOLA povos tradicionais do Brasil, ainda a VOVÓZINHA DO PARANÁ, dentre outros aspectos que ressaltam e valorizam nossa identidade...

        Ouvi dizer de língua afiadas a criticar o monumento... o que dizer a um cidadão que não concorda com um monumento que representa tamanha simbologia sobre sua terra???????
        EUGUARÁ é muito maior que seu ego abalado.

        Parabéns a idealização e realização do monumento... e fica a dica...Abrace Guaraqueçaba! Ame sua terra...

27 de agosto de 2017

A GUARÁ QUE QUEREMOS - parabéns


........ e eis que recentemente surge um grupo de amigos, guaraqueçabanos e amantes de Nossa Terra, baseados no ideal do voluntariado a realizar obras que embelezem a NOSSA Guaraqueçaba... e que coisa bonita, muitas mãos, muitos braços, muitas ideias - jovens, crianças, homens e mulheres - que fazem brotar beleza em lugares outrora abandonados/depredados...
        Poderíamos ficar por horas e até mesmo anos reclamando e criticando, porém, um ideal intitulado "a Guara que queremos" nos mostra a força da união e do fazer, em prol de todos, com melhorias para nossa cidade...

        A postagem que me referi (já publicada neste blog) intitulava-se "as vezes me assusto com você Guaraqueçaba", referindo-me ao PENSAR NOVO, pois algumas evidentes mudanças no jeito de pensar se mostravam e não poderia deixar de parabenizar, portanto, os que suaram a camisa, provando a mudança no jeito de agir também...

        Parabéns aos integrantes do coletivo A Guará Que Queremos e parabéns pelas mudanças que proporcionaram... suas ações e ideais são merecedoras de destaque na construção do bem comum... contagiem mais...


imagens dos trabalhos na "prainha":


Trabalhos de revitalização da Praça da Bíblia:


 


 

 

VER TAMBÉM

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as imagens foram compartilhadas via aplicativo WatsZap

22 de junho de 2017

Utinga - Fogueira de São João 2017



Somando esforços... no coletivo ...  vamos a Utinga novamente
        Está tudo pronto e preparado para passar descalço pelas brasas da Fogueira de São João, revivendo nossa tradição...

       Vamos assistir um vídeo-documentário regional.
        Vai ter Fandango Caiçara.
        Vai ter Fogueira... e aquele que coragem tiver, após a meia-noite, Seu Alziro benzendo as brasas da Fogueira de São João, já podem passar nas brasas descalços... E VIVA SÃO JOÃO!

        Não podemos deixar de agradecer aos braços que somaram para que a festa acontecesse, desde a própria comunidade, a cortar lenha, carregar, montar a fogueira, preparar e benzer... ainda um coletivo de amigos a citar Cida e Gilson, Jr. Negão, Marcelo Mendonça e Aurélio Jr, além do apoio logístico da Prefeitura Municipal de Guaraqueçaba, Secretaria Municipal de Educação e Selva Urbana Ambiental.... Assim vamos vivendo nossas tradições.

Veja a postagem de 2011
http://informativo-nossopixirum.blogspot.com.br/2011/06/fogueira-de-sao-joao-na-comunidade-de.html

Veja o vídeo de 20134
https://www.youtube.com/watch?v=vIjDA6oABt4

em breve imagens de 2017

2 de junho de 2017

Nosso Pixirum - 200.000 acessos

Olá nobres leitores de Nosso Pixirum...
       
        Provavelmente você, sim, você mesmo que está lendo agora é o leitor dos 200.000 acessos... e pra nós, que aqui escrevemos há anos, é uma honra tê-lo com assiduidade lendo nossos post e um prazer poder sempre contar com sua visita, ao qual sinceramente agradecemos...
        Nosso Pixirum teve sua história primeiramente vinculada a um informativo impresso, de pequena tiragem, lá pelos idos de 1999... depois em alguns momentos na vida cultural de Guaraqueçaba voltou a aparecer e após 2009 com este formato, acrescido nos últimos anos da Biblioteca Virtual Eugeniano Ferreira <https://drive.google.com/drive/folders/0B3Ue7WCPmb5GfmhRRnlTZ1hBNjlnMHdrNFRwSWw4MHA5a3VOZUk2WWhMRjhid0YtTTVJbHc?usp=sharing>, especializada em história de Guaraqueçaba e cultura caiçara, objetivando, através desta ferramenta agrupar e disponibilizar online o acervo digital, pertencente a biblioteca física, constando até a presente data com a utilização de 10GB de espaço online, equivalente a disponibilização de quase 2.500 arquivos, salientando o constante crescimento com a inserção de novos materiais ao acervo, sendo já utilizado como fonte para pesquisas tanto no meio acadêmico quanto aos professores e alunos de Guaraqueçaba, servindo também como referencial em dissertações e teses; também uma Lojinha Virtual <https://drive.google.com/drive/folders/0B3Ue7WCPmb5GfkJpOS1XaGFadkpiV1hWVlNFUzRkRkhKaTczckdhYkdDaXpKWTVmdmpmalk>, o canal de vídeos no YouTube <https://www.youtube.com/channel/UCcV4mpOX6Nch_1naHA6GtWQ>, além das 168 postagens evidenciando a vida histórico-cultural de Guaraqueçaba, seguindo divisão nas seguintes áreas temáticas: Biografias/Homenagens, História, Lendas Caiçaras, Políticas Públicas, Cultura Caiçara, Educação, Fâmulos de Bonifrates/Fandanguará, Fandango Caiçara, Patrimônio, sendo visualizado, além do Brasil, em países como os E.U.A, a Alemanha, a Rússia, a Ucrânia, em Portugal, na França, na Índia, na Espanha e na Polônia.
        Vale ressaltar as postagens “vamos pescar compadre”, com 11.142 visualizações, a “prefeitos e vereadores de Guaraqueçaba”, com 7.918 visualizações, a “a lua e seus encantos na crendice caiçara”, com 6.931 visualizações, a “Canoa Caiçara, um povo e sua arte”, com 4.214 visualizações, publicado ainda 319 comentários sobre tais postagens.

        Toda esta história feita para você nobre leitor, ao qual agradecemos...
        Muito Obrigado.

200.000 acessos
parabéns Nosso Pixirum
obrigado leitores

15 de abril de 2017

As vezes me assusto com você Guaraqueçaba II

        É... as vezes me assusto com você Guaraqueçaba... Da mesma forma que já escrevi sobre isto há algumas postagens atrás <http://informativo-nossopixirum.blogspot.com.br/2017/03/as-vezes-me-assusto-com-voce.html>.


        Ontem, 14 de abril, Sexta-Feira-da-Paixão, assistimos a encenação da Paixão-de-Cristo, digno de comentários e parabenizações...

        Há quanto tempo não vimos algo assim em Guaraqueçaba? Será realmente que estamos mudando? Espero que sim...

        Novas pessoas, novas ideias, novas realizações e novas conquistas...
        Parabéns ao Grupo de Jovens, seus coordenadores e a direção do espetáculo...
       
            Seguem algumas imagens do espetáculo de ontem, digno de constar no calendário oficial de eventos do município.




  


 
 (imagens recebidas via WhatsApp)

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E ainda, como se não bastasse, para "desenterrar o intruido" um Fandango de Aleluia, hoje, Sábado-de-Aleluia?


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    E a ti Guaraqueçaba, logo surgirão novas oportunidades para mostrarmos que SIM, realmente estamos mudando!
Parabéns Guaraqueçaba, pelo novos tempos!

4 de abril de 2017

Guaraqueçaba - erros em nossa história e o início de futuras correções...


Em Sessão da Câmara de Vereadores de Guaraqueçaba, neste último 4 de abril, fez o uso da palavra o professor-mestre Zé Muniz, discursando acerca do erro na história de Guaraqueçaba (472 anos?) e pedindo despacho favorável acerca da criação de uma comissão técnica visando as devidas correções, entregando à Mesa Diretiva o citado pedido.

          Segue link do documento entregue:




Também na ocasião, foi entregue o projeto do Museu de Guaraqueçaba, de autoria deste historiador, reforçando o pedido já feito em gestão anterior acerca da criação de um museu em nossa cidade, valorizando a riqueza histórico-cultural aqui encontrada.

            Segue link do projeto:



       Agradecendo a recepção do Presidente Vereador Julhardy Arruda, bem como do Vereador Célio Amálio e demais vereadores, esperamos tão breve possível, podermos somar na ‘revirada’ destas páginas erradas em nossa história e possamos nos orgulhar ainda mais de nossa Guaraqueçaba.

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PARA SABER MAIS


10 de março de 2017

As vezes me assusto com você Guaraqueçaba...

É... As vezes me assusto com você Guaraqueçaba...
        Vejo e ouço coisas a teu respeito que me fazem refletir: Será que estamos mudando?

2017 - estamos prestes a novamente celebrar teu aniversário e parece-me, desta vez, em singela festividade - mais singela em recurso orçamentário - o que não significa menosprezá-la, pois promete grandes e agradáveis nomes e outras novidades, mas, significa também, ao que parece, um 'pensar novo', usando ou queimando tão somente um recurso necessário a uma festa, numa justa homenagem, porém, não esbanjando o que seria útil em outras necessidades do povo.

        Recentemente manifestamos o descontentamento pelo abandono do patrimônio público e apenas a net e manifestações em redes sociais, acrescido depois de documento protocolado, foi necessário para evidenciar o problema em questão e prontamente o gestor público interino, em questão de horas, viabilizar urgenciais reformas e sua equipe manifestar o desejo de revitalização do patrimônio em questão... Não ficaram questionando as competências e ou empurrando a responsabilidade a outrem.

        Voltando a festividade de aniversário, a cultura local vai ganhar um palco exclusivo - coisa nunca vista - grupos de fandango se apresentando, mestres fandangueiros convidados, além de oficinas e ainda apresentação dos Guaranis... Isso me faz refletir e pensar em mudanças, pois apenas o pensar estas coisas numa programação de festa de aniversário de Guaraqueçaba, por sí só reflete mudanças na forma de organização e da valorização de nossa diversidade cultural, tendo em vista ultimamente não ser 'normal' uma real valorização à cultura local por estas bandas, mas acreditemos nas mudanças, sem as famosas 'maquiagens'...

        Ao meio a insatisfações apenas 'politiqueiras' via redes sociais, parece-me que cresce também os desafetos da 'velha politicagem' praticado por aqui, aumentando cidadãos que reivindicam - via redes sociais e presencialmente em Sessões - seus direitos e cobram pelo zelo da 'coisa pública'. Vi nas últimas eleições candidatos sérios e competentes, comprometidos com uma boa política e se a moda pega, futuramente teremos muito mais competência administrativa em nossos representantes...

        Como guaraqueçabano, torcemos SIM pela verdadeira mudança na forma de pensar política e gerir os bens públicos... aproveitamos para parabenizar a Gestão Interina e o manifestado desejo de mudanças e que elas venham para ficar e acompanhar uma nova Guaraqueçaba rumo aos 500 anos.
PARABÉNS AMADA GUARAQUEÇABA
"TERRA QUERIDA QUE NOS VIU NASCER"

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acréscimo do dia 13/03/2017

        As intempéries dificultaram muito as coisas nesta passagem do aniversário de Guaraqueçaba, realmente assustaram, mas continuo acreditando, com escrevi acima alguns dias atrás... As vezes você me assusta Guaraqueçaba... que toda esta chuva realmente venha lavar muita sujeira e o raiar de novos tempos, tão aguardado, brilhe como o sol logo vem a cada aurora.
        Ainda que muita coisa não pode acontecer, tivemos o exemplo de que o 'pensar novo' é possível e acontece... Manifesto meu desejo destas mudanças, do novo jeito de pensar numa Guaraqueçaba, que a cada dia um passo seja dado, aliado ao respeito e a valorização de nossa cultura, que vem agonizando há tempos, rumamos juntos à melhoria das condições de vida de seus munícipes.

20 de fevereiro de 2017

Fonte do Rocio e o reflexo do abandono

LAMENTÁVEL!!!!!!!

        Eis a deplorável situação em que se encontra a antiga Fonte do Rocio (Caixa d'Água na Praça da Bíblia), exibindo o resultado da falta de valorização do Patrimônio Histórico-Cultural, fruto do descaso da administração pública em anos anteriores...



        Baseado na Lei Orgânica do Município de Guaraqueçaba, que em seu Art. 208 trata da “a proteção dos locais de interesse histórico, cultural e paisagístico” será protocolado nos próximos dias junto ao Executivo Municipal, o pedido de emergenciais obras de restauro na obra danificada, pois compete ao Município, de acordo com sua Lei Orgânica em seu Art.5º, “promover a proteção do patrimônio histórico-cultural local observadas a legislação e a ação fiscalizadora federal e estadual”, ainda que nos últimos anos tenha sido vítima de descaso e abandono.

        Esperamos poder em breve retornar a esta postagem com novidades e o merecido valor dado ao nosso Patrimônio Histórico.

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Segue reportagem do Jornal Diário do Comércio de Paranaguá, edição de 11 de dezembro de 1922, retratando a inauguração da Caixa da Água em Guaraqueçaba.

        No dia 08 deste mês de dezembro de 1922, foi inaugurado na pitoresca Vila de Guaraqueçaba o serviço de canalização de água feito pelo Posto de Profilaxia Rural daquele local, de comum acordo com a Câmara Municipal. A água agora canalizada nascia entre duas pedras na encosta da colina, chamada Morro da Vila, daí se espalhava por uma baixada formando um brejo sujo e contaminado de larvas de vermes e de mosquitos. Seguia depois por um reozinho e era apanhada em uma bica de madeira no lugar denominado Rocio, dentro da própria vila. Sendo esta água bastante perigosa para a população do lugar, havendo necessidade de se secar o brejo, para destruir a imensidade de mosquitos que nele se formavam, nasceu a idéia de se canalizar a água.
        O Dr. Benedicto Amorim, operoso chefe do Posto de Profilaxia do Litoral do Paraná e do vizinho Estado de Santa Catarina, entre eles o posto Rural de Guaraqueçaba, resolveu meter a mão á grandiosa obra. Expôs o caso ao seu chefe, Dr. João de Barros Barreto, que concordou ajudar e pediu o auxilio da prefeitura local, dirigida pelo competente patriota Coronel Sebastião Gomes de Faria, que não temeu por nas mãos daquele médico a metade do dinheiro do orçamento necessário á construção dos grandes depósitos de água. A outra metade da verba foi conseguida pelo distintíssimo chefe do serviço de profilaxia do Paraná Dr. João de Barros Barreto, interessado no saneamento que resultaria de tal empreendimento.
        Consta todo o serviço de uma caixa captadora, comportando 5000 litros de água, construída na encosta da colina e de uma caixa receptora, com capacidade para 20.000 litros, situada no centro da praça do rocio. As duas caixas estão ligadas por 350 metros de cano de ferro zincado, gentilmente cedidos pelo engenheiro diretor das obras do Porto de Paranaguá: Dr. Oscar Correia.
        As duas caixas de alvenaria custaram 03 contos de réis e forma feitas pelo hábil pedreiro Adolpho Suarez. Constou a inauguração desse grandioso melhoramento de uma ruidosa festa, assistida e abrilhantada pela gloriosa oficialidade do Cruzador ―José Bonifácio‖. Ao abrir pela primeira vez as torneiras da fonte pública, falaram Dr.
        Benedicto Amorim e o Cel. Sebastião Gomes de Faria, entregando-a ao povo de Guaraqueçaba. Tomou a palavra depois o Senhor Comandante Capitão Armando Pinna do Cruzador José Bonifácio, que enalteceu a brilhante administração do Dr. Benedicto Amorim no Posto de Guaraqueçaba, do Dr. Barros de Barreto na Profilaxia do Paraná e do Cel. Sebastião Gomes de Faria na Prefeitura desta vila. Falaram também o ex-prefeito de Guaraqueçaba, Cel. Manoel Evaristo de Miranda e o jovem Barbosa Pinto, funcionário da profilaxia, produzindo ambos magníficos discursos. Foi servido champagne sendo seguido de vários brindes e vivas ao Dr. Belizário Pessoa, Chefe do Serviço de Profilaxia no Brasil, ao Dr. Barros de Barreto, Chefe do Serviço de Profilaxia no Paraná, ao Dr. Benedicto Amorim, autor da idéia exposta ao seu chefe, o Dr. João de Barros Barreto, que com ela concordou, liberando metade da ajuda ao coronel Sebastião Gomes de Faria, prefeito municipal, ao comandante Pinna e oficialidade do ―José Bonifácio. A festa prolongou-se alegremente pela tarde toda ao som da Banda de Música local e do ribombar dos foguetes.



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26/02/2017
esta postagem acompanhou de manifestações via redes sociais e resultou positivamente na resolução do problema em questão, pois a Caixa d'Água teve sua estrutura restaurada pela Gestão Executiva Interina, dando VOZ aos cidadãos.

10 de janeiro de 2017

O Paraná no Centenário da Independência

Em 1922 - Centenário da Independência do Brasil - foram diversas as homenagens pelo Brasil afora...
Não diferente, a Confederação dos Pescadores do Brasil, de uma forma ousada, resolveu enviar à Capital Federal, então Rio de Janeiro, uma comitiva de pescadores, representantes de todos os estados brasileiros, e, detalhe, a remo, tendo confirmação dentre outros, de pescadores de Natal, Aracajú e Salvador.
No Paraná, a Capitania dos Portos, com sede em Paranaguá, divulga a iniciativa, juntamente com o Comandante da Escola de Aprendiz de Marinheiros o Capitão-Tenente Dídio Iratim Afonso Costa, bem como pela Confederação dos Pescadores, ao que comparecem um destemido grupos a fazer os exames necessários para a destemida jornada.
Pouco tempo depois, já com a equipe selecionada, foram escolhidas também duas canoas: A “Paranaguá”, emprestadas com a Associação das Práticos da Barra de Paranaguá e a “Paraná”, da Fortaleza Nossa Senhora dos Prazeres, ambas medindo 9,90m de comprimento por 1,10m de boca, foram aparelhadas, recebendo mastros e velas.
A canoa "Paraná" foi comandada por Joaquim Mariano Fernandes “Joaquim Tigre” e a canoa "Paranaguá" por Antônio Serafim Lopes “Barra Velha”, auxiliados pela equipe: Domingos José Trizani, Virgílio Farias, Manuel Praxedes de Oliveira, José Antônio Ribeiro, Valentim Tomáz, Manuel Carlos Serafim, Olívio Elias e Antônio Gonçalves Rodrigues.
E partiram do Rio Itiberê em 7 de setembro de 1922, às 15:30 horas, a percorrer as 450 milhas, feito realizado em 16 dias.

“as duas canoas largaram do cais e navegaram em direção da foz do mencionado rio, sob os aplausos ruidosos e os votos de feliz viagem e breve regresso de uma multidão que se estendia, comprimida, na beira do rio, acompanhando com o olhar os canoeiros até a curva do “furado”, desaparecendo nas águas do lado oriental da ilha da Cotinga”.(FREITAS, 1999, p. 397).

Percurso:

“por volta da meia-noite de 8 de setembro, as canoas “Paraná” e “Paranaguá” deixaram a barra.  Em mas condições de tempo, contornaram o Superagui e, enfrentando a costa oceânica, atingiram a ilha do Bom Abrigo, sempre acossados pelo tempo. No dia 10, alcançaram Cananéia. A 13, estavam em Santos, atingindo, depois de travessia tormentosa. A 16, enfrentando mar agitado, chegaram a São Sebastião. Contornando os recortes da costa, navegando de angra em angra, de pouso em pouso, ao longo do percurso, seguiram os arrojados caboclos a rota e rumo nas duas canoas. A 20, estavam em Angra dos Reis. A 23, pela manhã, encostavam ao lado do navio de guerra da Marinha do Brasil “José Bonifácio”, no porto do Rio de Janeiro. (FREITAS, 1999, p. 397).

A instabilidade do tempo, as ondas bravas do mar, o frio, a fome, a sede, o sono, o cansaço, o medo, o susto, não foram suficientes para desencorajar a férrea vontade desses heroicos e entendidos marujos do litoral paranaense. Um heroísmo sincero, verdadeiro e um exemplo, uma lição de amor à Pátria. (FREITAS, 1999, p. 397).

https://pt.scribd.com/document/220180168/Revista-Rumos-23-pdf
        
       A Revista Rumos Práticos reproduziu uma crônica do jornalista parnanguara Caetano Evangelista, publicada no livro Crônicas, editado em 1978 pelo Conselho Municipal de Cultura de Paranaguá:

“Estive presente, naquela manhã chuvosa, à partida dos heróis humildes - verdadeiros lobos do mar. Partiram do Rio Itiberê, aclamados pelo povo, os canoeiros indômitos – representantes de Paranaguá. Paraná e Paranaguá, canoas, deixaram a raia do litoral do Paraná na manhã do dia 7 de setembro (de 1922). Primeiro pouso: a Ponta do Bicho, depois de quatro horas de navegação a remo; aos primeiros albores do dia seguinte aproaram para a Ilha do Bom Abrigo, onde chegaram ao meio-dia acossados por forte brisa de leste, que soprou durante dois dias, impossibilitando-os de navegar. No dia 10 largaram de pano em direção à Cananéia a cuja praia chegaram na noite do mesmo dia. Descansaram durante a noite, voltando na manhã seguinte ao Bom Abrigo, visto ser esta a ilha ponto indispensável daquela costa. Almoçaram aí e, às 11 horas largaram com destino a Santos, cuja barra alcançaram depois de dois dias e duas noites de viagem Entraram em Santos na madrugada de 12 de setembro e permaneceram até amanhã de 14, seguindo depois para São Sebastião, onde chegaram três dias após, por motivo do mau tempo reinante ameaçador. Mas Paraná e Paranaguá foram mais fortes que aborrasca. Venceram, guiadas que foram por valentes brasileiros! De S. Sebastião à baía de Guanabara pararam ainda em diversos pontos para se livrarem da tempestade, entre eles Angra dos Reis, Jacareí, Ponta da Paciência, Ibicuí, Sepetiba e Pedra de Guaratiba. Depois de 17 dias eis que os heróis parnanguaras chegaram à capital da República para a glória do Paraná e do Brasil”.


Ave, pescadores!

E partiram serenas as canoas.
Frágeis madeiros. Rude trajetória.
Almas ao mar afeitas, simples boas.
Levavam no seu bojo, rumo a Glória.

É mais um fasto para nossa história:
Sobre o dorso das ondas, como leoas,
Edificaram, rígida, marmórea,
Essa epopeia, entre bênçãos e loas.

Pulsos de pescadores, férreos pulsos
Dez corações enormes de patriotas.
Fremindo de heroísmo aos são impulsos.

O velho mar, que urros de fera dá.
Certo espalhou pelo ar festivas notas,
Caminho abrindo a heróis do Paraná.
(Otávio Sidnei – Ctba, 25.9.1922)

          Foram recebidos na Capital por Rui Barbosa, pelo Presidente Epitácio Pessoa, além dos Ministro da Marinha, do Inspetor de Portos e do Presidente do Estado do Paraná Dr. Caetano Munhoz da Rocha. O Congresso Nacional concedeu a todos a premiação de 200 contos de réis.
Mais tarde, já em solo paranaense, também recepcionados pelo Presidente do Estado do Paraná, o Dr. Caetano Munhoz da Rocha, recebendo do Estado a premiação de 6 contos de réis.
POR QUE CONTO ESTA HISTÓRIA?

            O ‘patrão’ da canoa “Paraná” nesta jornada cívica era Joaquim Tigre.
        Joaquim Mariano Fernandes, o “Joaquim Tigre” é nosso conterrâneo, nascido no Varadouro (ainda que à época pertencente à Paranaguá), em 21 de outubro de 1869, filho de Francisco Fernandes e Agostinha Fernandes.
Em Paranaguá, para onde foi residir profissionalmente ocupou funções de Mestre de rebocador de portos, rios e canais, Mestre de chatas; Já em Santa Catarina, onde também trabalhou, foi Mestre de draga. Retornando a Paranaguá em 1917, ocupou a função de Prático da Barra - Patrono da Praticagem.

Em 1932, heroico novamente, salvou a vida de 155 pessoas, passageiras do navio Maria Madalena, assolado em tempestade, encalhando em banco de areia, porém, resultado deste penoso trabalho de salvatagem naquele dia frio e chuvoso, adoeceu de pneumonia e faleceu três meses depois.

“é pois Joaquim Tigre um dos grandes vultos não só da cidade litorânea que lhe serviu de berço, como do Paraná e do Brasil. Ele merece muito mais do que ser patrono de uma rua”. (NICOLAS, 1964, p. 70).

Em homenagem há uma rua em Paranaguá levando seu nome; O conterrâneo Profº. Waldomiro Ferreira escreveu seus nomes nos anais da história; Sirva também esta postagem como a recordar grandes homens de nossa história, mas em Guaraqueçaba, aqui não! Em Guaraqueçaba ainda vai levar tempo para nossos gestores valorizarem nossa própria história. É lastimável.

Joaquim Tigre é o segundo, de pé, da esquerda para a direita, ao lado de Barra Velha (a sua esquerda)


Referencial:
       Revista O Itiberê, nº42, outubro de 1922.
       FREITAS, Waldomiro Ferreira. Paranaguá das origens a atualidade. Paranaguá: IHGP, 1999.
       NICOLAS, Maria. Almas das Ruas de Paranaguá. 4º fascículo. Curitiba, 1964.
       Revista Rumos Práticos Ano IX, numero 23 - out/2007 a jan/2008. Disponível no site: <https://pt.scribd.com/document/220180168/Revista-Rumos-23-pdf>.