18 de novembro de 2016

"CAMARÃO VIA AÉREA"

        Certa vez, quando conversava com Osório Costa (In Memoriam), este me falava daqueles que vinham com avião arrastar e comprar camarão em Guaraqueçaba, porém, não conseguia imaginar um hidroavião com tarrafas arrastando camarão pela baia...
        Segue, ilustrando esse fato a reportagem de Franco Rovedo...

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        O negócio era no mínimo… Extravagante. Buscar camarão nas enseadas um pouco mais distantes e revendê-los no mercado da cidade. O lucro era alto a ponto de valer a pena fazer o transporte de avião.
        Depois da Segunda Grande Guerra, as aeronaves militares custavam muito pouco. Os americanos queriam se desfazer do equipamento excedente e fazer dinheiro às custas dos parceiros menos industrializados. Assim, no final dos anos 40 ainda havia uma oferta abundante de DC-3, PBY, entre outras aeronaves militares apropriadas para carga. Ninguém mais estranhava aquele pequeno hidroavião na baia de Paranaguá-PR, navegando pelo Rio Itiberê ou atracado no cais do mercado municipal.
        A bordo, uma tripulação pouco convencional. O comandante Zieminski era um polonês que frequentou os céus da Grã-Bretanha pelas asas da RAF, pilotando um caça Spitfire durante o conflito. Logo que a guerra terminou, veio para o Brasil onde adquiriu um avião anfíbio Republic RC-3 SeaBee e pronto a fazer qualquer negócio para começar vida nova. A alma de piloto de caça era evidente nos rasantes e manobras radicais que entusiasmavam os expectadores.
        O outro tripulante era um conhecido comerciante local. Antonio “Neles” Rovedo era bastante querido em toda a região e sua gama de influência perambulava entre grandes autoridades até simples pescadores caiçaras em toda baía de Paranaguá-PR. Seu avô italiano havia sido um dos fundadores da colônia em Superagui e o espírito aventureiro do neto estava no mesmo sangue que correu nas veias de um dos 1000 de Garibaldi durante a unificação da Itália.
        A ideia do empreendimento partiu de Rovedo, a qual o polonês aceitou imediatamente. As contas eram simples e promissoras. Se carregassem apenas 100 quilos de camarão graúdo para o mercado, o lucro já seria fantástico. Se comprado direto do pescador, o comprador pagava menos e a carga era fresca. De avião fariam mais de uma viagem por dia e poderiam chegar a locais aonde ninguém pensava em ir, por ser longe demais para ir de barco e voltar com a carga fresca ainda.

(foto por John Miller)

        Foram meses fazendo voos diários para Guaraqueçaba, Antonina, Superagui e toda enseada onde houvesse a pesca artesanal do camarão pistola. A concorrência fazia a mesma coisa, porém de barco, muito mais lentos que os 220 km/h do anfíbio com seu motor Franklin de 215 Hp. Quanto mais longe buscavam, maiores os camarões e melhor o preço de venda.
        O lucro fácil despertou a imprudência de ambos. A aeronave não parava para manutenção e as gambiarras eram constantes. Aliás, invenções e traquitanas foram a especialidade da qual Rovedo foi reconhecido até o fim da vida. Um exemplo foi quando o sistema do trem de pouso hidráulico foi substituído por uma parte de uma bicicleta e quando era necessário pousar em terra, Rovedo pedalava a engenhoca até baixar o trem e travá-lo com uma chave de fenda.
        Zieminski, confiante em sua habilidade e nas qualidades do SeaBee, aumentava a carga continuamente, mesmo aumentando a distância da corrida na decolagem.
        Os sócios já pensavam em expandir o negócio e planejavam a compra de um bimotor anfíbio PBY-Catalina com muito mais capacidade de carga. Infelizmente não houve tempo de concluir o plano.
        No auge da temporada do camarão, a tripulação exagerou no carregamento e o pobre anfíbio não conseguiu decolar. O trajeto de 15 milhas foi feito navegando tal qual uma sofisticada e veloz lancha, enfrentando a marola e bancos de areia. Infelizmente este tipo de navegação forçou demais os rebites causando sérios danos à estrutura, fazendo do voo com carga um perigo que nenhum dos dois sócios quis enfrentar. Sem aeronave o negócio não existia. Os amigos decidiram então vendê-la e cada um seguiria seu próprio caminho de aventuras.
        Zieminski sabia que havia um operador de dois Seabees na represa de Guarapiranga em São Paulo. Era Herbert Cukurs, a “Águia do Báltico”, um famoso aviador letão que fazia voos panorâmicos ali e em Santos. A ideia de adquirir o PP-DLV era para canibalizar suas peças de forma a manter suas outras duas aeronaves voando. O negócio de Herbert funcionou até 1996 pelas mãos habilidosas de Gunnar Cukurs e seus filhos.

(foto por Len-Eric Aslund)

        Com o dinheiro do negócio e da venda da aeronave, o piloto de caça polonês abriu uma empresa de táxi aéreo, enquanto Neles Rovedo, o inventor comerciante, montou uma destilaria de whisky. (não exatamente legalizada.)
        Passado alguns anos, quis o destino que os velhos amigos voltassem a fazer negócios juntos. O novo empreendimento prosperou por conta do principal cliente do taxi aéreo; um artista famoso do Rio de Janeiro, que encomendava whisky para si e para as festas que promovia. Enquanto todos imaginavam que a bebida era trazida de importadores de Santos-SP, caixas e mais caixas de “Johny Walker Rovedo” eram carregadas no campo de aviação de Paranaguá-PR, fazendo a alegria dos dois velhos companheiros. (Hoje o famoso artista diz que: “Este cara sou eu”).

        Navegando pela internet, descobri com alegria o velho PP-DLV em Boituva-SP, pronto para ser recuperado e voar novamente. Será emocionante ver as asas de tantas histórias novamente cruzando o céu e tocando a água que sempre lhe acariciou o ventre.
        Também será um momento interessante reunir descendentes de três famílias de aviadores e aventureiros. Alguns Rovedo, Cukurs e Zieminski certamente presenciarão o voo inaugural do SeaBee PP-DLV, e também estarão presentes no coquetel a base de camarão e regado a whisky… Legítimo desta vez.
Franco G. Rovedo
franco.rovedo@gmail.com

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matéria conforme consta no site <http://canalpiloto.com.br/camarao-via-aerea/ > e devidamente autorizada por seu autor Franco Rovedo, o qual agradecemos.

2 de outubro de 2016

Eleições 2016 - resultado

         Guaraqueçaba optou por quase completa renovação, o que nos faz pensar que o eleitor (7.539 votos, sendo 6.439 comparecimentos) está se politizando, pensando e exigindo muito mais antes de votar e menosprezando aquele "velho" esquema de fazer política através de compra de votos...

segue o resultado segundo <http://divulga.tse.jus.br/oficial/index.html>.


Prefeito e vice: 
Riad Said Zahoui “Ariad” (PMDB) e Vice: José Teófilo Lopes “Zito” (PSD) - 3.280 votos.
outros candidatos: 
Lilian Ramos Narloch (PSDB) e vice Joel Luiz do Nascimento (PSC)  - 2.712 votos.
Marco Antônio de Souza (PP) e Odamir Luiz do Nascimento (PPS) - 220 votos.

Vereadores:

Alcendino Ferreira Barbosa “Thuca da saúde” (515 votos)
 Julhardy Costa de Arruda “filho do Barriga” (PSDB) (340 votos)

Oséias Inácio “Oséias do Itaqui” (PSDB) (292 votos) - reeleição
Ivan França (PSC) (284 votos)

 Renato Reded Dias (PSD) (224 votos)
Abelardo Sarubbi (PTB) (191) - reeleição
Paulo Afonso (PDT) (208) - reeleição

Gustavo de Oliveira Xavier (PMDB) (192 votos)

Célio Amálio (PRTB) (188 votos)

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        Apenas para aguçar a  curiosidade, segue abaixo o gráfico de grau de instrução de nosso futuros vereadores:

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mais sobre eleições em Guaraqueçaba



27 de setembro de 2016

VEZ & VOZ DA JUVENTUDE!

        GUARAQUEÇABA DEU UM NOVO PASSO E EXEMPLO... PLANTAMOS UMA NOVA SEMENTE QUE, SE REGADA, PODE GERAR FRUTOS...

        DAS CONVERSAS EM RUAS E ESQUINAS, DAS DISCUSSÕES E COMPARTILHAMENTOS EM REDES SOCIAIS, RESOLVEMOS SENTAR E REALMENTE EXPOR IDEAIS...

        PELA PRIMEIRA VEZ, ACREDITO, CONSEGUIMOS REUNIR, MAIS DE 50 PESSOAS, SOBRETUDO JOVENS, QUE, DURANTE 3:30 MINUTOS E, DIGA-SE DE PASSAGEM, SEM QUALQUER OFERTA DE VANTAGEM, MUITO MENOS CACHAÇA E LINGUIÇA, SE REUNIRAM PARA DISCUTIR POLÍTICA EM GUARAQUEÇABA, PARTINDO DA INSATISFAÇÃO DE UNS E DAS IDEIAS DE OUTROS, PARA QUE POSSAMOS, QUEM SABE, CONTRIBUIR ATIVAMENTE EM NOSSA GUARAQUEÇABA, COM POLÍTICAS PÚBLICAS VOLTADAS À JUVENTUDE.

 

        PARA ALÉM DOS ‘CIDADÃOS DE REDES SOCIAIS’, QUEREMOS CADA VEZ MAIS NOS EDUCAR POLITICAMENTE, CONVERSAR, DISCUTIR, COBRAR E ESTAMOS EXIGINDO ESTE ESPAÇO.

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questões geradoras

-1-

“A ESTIMATIVA (IPARDES, 2013) PARA 2015 EM GUARAQUEÇABA APRESENTAVA-SE EM 1.365 JOVENS, COM FAIXA ETÁRIA ENTRE 13 A 29 ANOS, DECORRENDO, PORÉM, DE ALTA TAXA DE ABANDONO ESCOLAR, CONTÍNUO ÊXODO PARA CENTROS URBANO-INDUSTRIAIS (APROX. 410 NOS ÚLTIMOS 5 ANOS) E ESTA FALTA DE PERSPECTIVA ACENTUA PROBLEMAS SOCIAIS (DROGAS, DENTRE OUTRAS)”.

-2–
“A VIABILIDADE DE OFICINAS/AULAS QUE COMTEMPLEM VARIADAS MODALIDADES ESPORTIVAS (FUTEBOL, NATAÇÃO, CANOAGEM, CAPOEIRA, SKATE, ETC), ALIADOS A OFERTA DE PRÁTICAS CULTURAIS (TEATRO, MÚSICA, DANÇA, LEITURA) E O INCENTIVO A INCLUSÃO DIGITAL, POSSIBILITAM VISUALIZAR UMA FORMAÇÃO POLITIZADA AO JOVEM GUARAQUEÇABANO, PRESSUPOSTO PARA SUA MAIOR PARTICIPAÇÃO NA VIDA NOSSO MUNICÍPIO”.

-3–
 “PRIORIZAR A FORMAÇÃO TÉCNICA COM A OFERTA DE CURSOS EM ÁREAS PRIORITÁRIAS (TURISMO) FOMENTANDO A GERAÇÃO DE RENDA, COM INCENTIVOS A GRADUAÇÃO, APOIANDO TAMBÉM AOS DISCENTES QUE BUSCAM FORMAÇÃO FORA DO MUNICÍPIO”.

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        ANTES QUE NOS “MASSACREM” OS CRÍTICOS DE PLANTÃO, REAFIRMO QUE O CONVITE FORA ENCAMINHADO E DIVULGADO A TODOS, SEM EXCESSÃO, PORÉM MUITOS NÃO COMPARECERAM POR TEREM FEITO OUTRA OPÇÃO (ISSO É DEMOCRACIA), OUTROS LAMENTARAM, POIS 'TEMEM' O MOMENTO, MAS SIM, OPTAMOS EM CONVERSAR COM UMA CHAPA, POIS NÃO PRETENDÍAMOS FAZER DEBATES E OU INCENTIVAR A ‘POLITICAGEM’, MAS INICIAR UM MOVIMENTO COLETIVO QUE PRETENDE ‘DISCUTIR POLÍTICA’, PORTANTO, FIQUE CLARO QUE, ENQUANTO COLETIVO E COM A INTENÇÃO DE FUTURAS NOVAS CONVERSAS ACERCA DE NOSSA REALIDADE POLÍTICA, O FUTURO GESTOR (A)  DE NOSSA CIDADE NOS ABRA ESPAÇO PARA DIÁLOGO, VISANDO RESPEITAR A DEMOCRACIA E A CONSTRUÇÃO DE UMA GUARAQUEÇABA PARA TODOS.



        IMENSAMENTE AGRADECEMOS A PRESENÇA E PARTICIPAÇÃO DE TODOS, SALIENTANDO QUE AS QUESTÕES LEVANTADAS, SÃO BASE DA CONSTRUÇÃO DE UMA NOVA PAUTA, ALMEJANDO PODERMOS SER OUVIDOS FUTURAMENTE.

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SEGUE O LINK DA CARTA DO JOVEM DE GUARAQUEÇABA

11 de setembro de 2016

Guaraqueçaba - eleições municipais 2016

Eleições 2016 em Guaraqueçaba...
... desta vez apenas vou postar isso... sem aprofundamento ou desdobramentos...

Para ver o registro de candidaturas e prestações de contas no TSE:

candidatos a prefeito de Guaraqueçaba (eleições 2016)

Ariad
(Riad Said Zahoui)
PMDB - 15
vice: José Teófilo Vidal Lopes "Zito"

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Dr. Marco Antônio
(Marco Antônio de Souza)
PP - 11
vice: Odamir Luiz do Nascimento "Odamir"

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Lilian
(Lilian Ramos Narloch)
PSDB - 25
vice: Joel Luiz do  Nascimento "Joel do Tromomô"

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mais informações sobre os candidatos a prefeito:

informações sobre os candidatos a vereador:

veja quem são os 70 candidatos a vereador em Guaraqueçaba:

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mais sobre eleições em Guaraqueçaba
resultado das eleições 2012:

empossada prefeita eleita (2012-2016):

eleições 2012 em Guaraqueçaba (parte I):
eleições 2012 em Guaraqueçaba (parte II):
eleições 2012 em Guaraqueçaba (parte III):
eleições 2012 em Guaraqueçaba (parte IV):
eleições 2012 em Guaraqueçaba (parte V):

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listagem cronológica de prefeitos e vereadores

13 de abril de 2016

Brigadeiro Eppinghaus e o ACISO

        Na década de 1970 foi desenvolvido o Programa ACISO Ação Cívico Social em cidades paranaenses que necessitavam de auxílio emergencial.
        No sorteio de apadrinhamento das cidades, coube a FAB Força Aérea Brasileira a responsabilidade por 'cuidar' de Guaraqueçaba, sob o comando do Brigadeiro-do-Ar Eppinghaus, quando a partir de então ativamente estiveram frente a ações beneficentes na região a EOEG Escola de Oficiais  Especiais e Infantaria de Guarda e a 5ª Região Militar/DI Divisão de Intendência (sediadas em Curitiba), prestando os mais diversos serviços assistenciais, em diversas áreas, entre elas, assistência médica, veterinária, engenharia; Numa das pioneiras ações, além de vacinação, remédios e tubulação, levaram água encanada à Guapicu.
       De acordo com o Jornal Diário do Paraná, a ACISO tratava de "manobras militares levando aos interiores perdidos da pátria assistência a saúde e a solução dos problemas sociais pequenos e imediatos que rondam as populações pobres do país". (Diário do Paraná, 03.12.69).
        O maior empenho, certamente foi acerca da construção do hospital de Guaraqueçaba, obra na qual o Pe. Mário di Maria [http://informativo-nossopixirum.blogspot.com.br/2012/12/padre-mario-di-maria-um-homem-mandado.html] já estava a frente, com as poucas condições que dispunha, aliando às ações beneficentes Redentoristas na região.

        Algum tempo atrás ainda cheguei a ver uma velha fotografia, na imagem, o exército brasileiro em frente ao Salão Paroquial, o pavilhão hasteado na praça defronte, dezenas de soldados... Era a ACISO 70 em Guaraqueçaba.

        No ano de 1970 foram diversas as atividades visando ajuda ao município de Guaraqueçaba, algumas amplamente divulgados pelo jornal Diário do Paraná, como por exemplo, a Festa do Recruta, em Curitiba, objetivando recursos para a construção do hospital de Guaraqueçaba:

Diário do Paraná -10.01.71

Diário do Paraná 12.101.71

Diário do Paraná - 13.1.70

Diário do Paraná -14.01.71

Diário do Paraná - 15.01.71

canecas-brinde com a aquisição de ingresso na Festa do Chopp dos Recrutas

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        No ano de 1972 o Programa Aciso foi lançado contando com 42 médicos e ações em 14 municípios do Paraná, incluindo a continuidade das ações em Guaraqueçaba, ainda 15 municípios em Santa Catarina.
abertura do Aciso 72 com o Gal. Ayton Tourinho.

        Algumas das ações previstas com o intuito de arrecadação de dinheiro para o hospital de Guaraqueçaba:

Festa Aviatória
Diário do Paraná - 4.72

exibição de filme "O esquadrão das águias"
Diário do Paraná - 29.04.72

show aéreo da Esquadrilha da Fumaça/FAB
Diário do Paraná - 30.04.72

show aéreo no Bacacheri/Ctba
Diário do Paraná - 03.05.72

cerca de 30 mil pessoas assistiram o show aéreo no Bacacheri

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        Em 1972 o Jornal Diário do Paraná anuncia a construção do Hospital de Guaraqueçaba e o almoço na EOEIG, onde foram recepcionados pelo Cel. Walace Scott Murray, presidente de honra da Associação Assistencial e Hospitalar Bom Jesus dos Perdões de Guaraqueçaba, o Desembargador do Tribunal de Justiça Alcestes Ribas de Macedo, o Secretário de Saúde Ivan Fontoura, de Segurança Mário Portes, o presidente do Banco do Estado Osvaldo Vita, o deputado Ardinal Ribas, entre outros.

Diário do Paraná - 19.08.72

        O hospital de Guaraqueçaba foi entregue no encerramento das atividades do Aciso 72, recebendo o nome do Brigadeiro Mário Eppinghaus, o iniciador do serviço assistencial na região; Na cerimônia [29.11.72], também foram homenageadas os "Amigos de Guaraqueçaba", entre elas a professora Natalina Krueger 'Dona Nina', a Irmã Elisabeth, Leopoldo Felisberto da Silva, Celmiro Costa, Maria Grácia Yancóski, Salim do Carmo, Pastor João Pupolls, Pastor Juan Belvedere, Darci Lopes, Gustavo Alves, Irineu Simões, Albertino Barbosa, Iran Maia, Fany Mitsuo, Fernando Dony, Padre Mário di Maria, Irmão Constantino Graça, Ary Krueger, Ida Alves e o delegado da SUNAB Paulo Moacir Wilhem da Rocha.


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Brigadeiro-do-Ar Mário Calmon Eppinghaus


        Primeiro incentivador da ACISO, apadrinhando Guaraqueçaba, Mário Calmon Eppinghaus nasceu em 10 de março de 1916, em Colatina/Espírito Santo, filho de Mário Hardt Eppinghaus e Alcina Calmon.
        Na Força Aérea Brasileira assentou Praça em 27 de março de 1934, Aspirantes em 31 de março de 1938, alcançando a patente de Brigadeiro-do-Ar em 11 de outubro de 1980, quando Comandante da EOEIG Escola de Oficiais  Especiais e Infantaria de Guarda, conforme o jornal Diário do Paraná [14.04.72], o Brigadeiro Eppinghaus "era um apaixonado por Guaraqueçaba, litoral norte do Paraná, do qual a FAB era madrinha e que não se cansou de ajudar sobre todas as formas".
        Foram incansáveis planejamentos e viagens à Guaraqueçaba trazendo remédios, auxílio decisivo na construção do hospital...
        No ano de 1972, em 12 de abril, em viagem ao Rio de Janeiro, o avião 'Samurai' se chocou com o Morro Maria Comprida, no RJ, falecendo neste acidente aéreo.


        Na edição de 18 de abril de 1972 o Jornal Diário do Paraná publica acerca da homenagem póstuma que o Brigadeiro Eppinghaus recebeu no Senado.

        Durante a missa de 7º dia, segue trecho do sermão de D. Pedro Fedalto, na Catedral Metropolitna de Curitiba:

Ver mais sobre o acidente aéreo

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        Naqueles primeiros anos, o Brigadeiro Eppinghaus fora homenageado postumamente batizando o referido hospital de Guaraqueçaba [Hospital Brigadeiro Eppinghaus], porém, alguns anos depois, nossas autoridades competentes consideraram conveniente homenagear postumamente o Pe. Mário di Maria, grande incentivador e construtor do hospital, quando houve a mudança para Hospital Pe. Mário di Maria [agora Unidade Básica de Saúde Pe. Mário di Maria]...

        ... Não questionamos a biografia do Pe. Mário di Maria [http://informativo-nossopixirum.blogspot.com.br/2012/12/padre-mario-di-maria-um-homem-mandado.html], também de exemplar atuação, não apenas incentivando e buscando recursos, mas também na construção do hospital, porém ao retirar a homenagem ao Brigadeiro Eppinghaus 'simplesmente' a deixamos de lado... Péssimo exemplo da administração pública, esquecendo aqueles que lutaram por uma Guaraqueçaba melhor.


Que seja esta uma simbólica homenagem do Blog Nosso Pixirum ao Brigadeiro Eppinghaus, um apaixonado por Guaraqueçaba e que nossa história não esqueça...

1 de abril de 2016

Arthur Wischral em Serra Negra e Guaraqueçaba


Há algum tempo atrás este blog publicou sobre a Colônia Agrícola Alemã de Serra Negra http://informativo-nossopixirum.blogspot.com.br/2015/11/colonia-agricola-alema-de-serra-negra.html em Guaraqueçaba... De lá pra cá, algumas conversas com familiares de colonos, programas de rádio Nossa História (E-PR) e visitas a Fundação Cultural de Curitiba, dona do acervo fotográfico retratando a colônia, bem como Guaraqueçaba...

Buscando através de ofício a parceria com a Secretaria Municipal de Cultura e Turismo, este historiador faz solicitação junto à Fundação Cultural de Curitiba, através da sua Casa da Memória e Divisão do Patrimônio Histórico, Artístico e Cultural, SOLICITANDO cópias do material fotográfico para compor acervo da Secretaria Municipal de Turismo e Cultura de Guaraqueçaba, bem como da Biblioteca Virtual Eugeniano Ferreira, no blog Nosso Pixirum, o qual gentilmente atendido pela Fundação Cultural de Curitiba.
Arthur Wischral, fotógrafo que em 1927 visita a Colônia alemã de Serra Negra, juntamente com o engenheiro Hugo Hegenberg, de 16 a 21 de junho, conforme Meijer (2015 - Carta 159 Tratando dos imigrantes) "o relato da visita e Arthur tirou na colônia magníficas fotografias, das quais 26 foram incluídas no relatório".
Desta visita, seguem algumas imagens presentes no acervo da Casa da Memória - Fundação Cultural de Curitiba, agora também da Secretaria Municipal de Cultura e Biblioteca Virtual Nosso Pixirum.

Rio Serra Negra

Guarakessaba

Rio Guaraqueçaba

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Veja demais imagens na Biblioteca Virtual Eugeniano Fereira < https://drive.google.com/drive/folders/0B3Ue7WCPmb5GSWFhWnZBTExTVVE >.

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        Quem sabe um dia possamos aprender a valorizar melhor nossa história, podendo preservá-la, resguardá-la em espaço adequado, criando quiçá, um museu... Utopia? Não! Já existe até proposta rabiscada nesse sentido, o que não existe, ao que parece, é vontade, pois dinheiro acho que sim também, haja visto exorbitantes cifras queimadas [literalmente] recentemente... Guaraqueçaba 471 anos de história, carecendo urgentemente contar sua própria história!
        Segue a ideia do projeto da criação e implantação do Museu de Guaraqueçaba entregue a gestão pública em 2014/15.

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        MEIJER, André. Carta 159  - Tratando dos imigrantes. <http://correiodolitoral.com/wp-content/uploads/2015/06/Carta159-imigrantes.pdf>.

Um pouco mais sobre os manuscritos de Wischral <http://paulodafigaro.blogspot.com.br/2014/07/fotos-originais-de-arthur-wischral.html>.

Um pouco mais da obra de Wischral <http://www.gazetadopovo.com.br/caderno-g/a-historia-de-curitiba-nas-imagens-de-arthur-wischral-3v9lh61vjlcxnxhkntzotkxfy>.

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Obs: as imagens originais de Arthur Wischral pertencem ao acervo da Fundação Cultural de Curitiba, portanto aqui disponibilizadas sob baixa resolução, preservando-se, assim, os direitos autorais e evitando seu uso sem a devida autorização.

23 de março de 2016

Lenda Guaraqueçabana IV - Dia 25 de março

            Que estamos na Quaresma todo bom caiçara sabe e aquele bom fandangueiro já, logo depois do carnaval, desencordoou sua viola e a pendurou, dentro de um saco, com a boca virada pra parede, guardando este tempo do cristianismo...
            Aqueles que ousavam tocar viola, ou mesmo fazer Fandango durante este tempo, sempre recebiam alguma punição por desafiar sua tradição, como a família do velho Chico Santos <http://informativo-nossopixirum.blogspot.com.br/2011/01/lenda-guaraquecabana-parte-ii-tangara-o.html>.
            Neste ano de 2016, a Sexta-Feira-Grande (Sexta-Feira-Santa), durante a Quaresma, será também o dia 25 de março, outro dia que pela tradição caiçara deve-se resguardar de certas atividades, entre elas fazer Fandango! A encarnação e a crucificação, no mesmo dia!
            Este dia, 25 de março (9 meses antes de 25 de dezembro, nascimento de Jesus), como acreditam os cristão, portanto também enraizada na cultura caiçara, foi o dia da Anunciação do Anjo Gabriel a Nossa Senhora, e Maria, a partir de então recebeu Jesus em seu ventre, por isso uma data muito respeitada pelos antigo, nas palavras de Faustino Mendonça (In Memoriam): “um dia de descanso, onde não se pode trabalhar”.


             Certo caçador, mesmo contrariando os pedidos da mãe, que lhe clamava para que não fosse caçar naquele dia santo, aprontou sua espingarda, carregou alguns cartuchos com pólvora, chamou seu cachorro e foram pro mato... Ainda deixou recado pela vizinhança que voltando com a caça, noutro dia ia ter Fandango na vila.

            Em determinada altura, já mata adentro, o cachorro acuou uma caça, deixando seu dono alegre quando este viu se tratar de um veado, e dos grandes, pensando logo que o Fandango seria dos bons...
            Imediatamente mirou e disparou contra o animal, acertando ‘de cheio’, mas notou que o veado não caiu; Disparou novamente, acertando-o, mas o animal a cada novo disparo certeiro, cambaleava, parava olhando para o caçador, e logo corria mata adentro, como se nada o atingisse e a perseguição adentrando mata continuava.
         
http://eloir-mario.blogspot.com.br/2012/10/a-cidade-de-tiete-teve-o-privilegio.html

            Como já estava escurecendo, o caçador resolver disparar seu último tiro, era o 25º cartucho e novamente certeiro, mas nada do bicho cair...

            Já escuro e sem munição, retornou o caçador pra casa, sem caça, pensando no que ia servir no Fandango que ia fazer...

Chegou em casa já noite avançada, cansado, suado e sem a caça, ouvindo ainda sua mãe ‘ralhar’, pois aquele não era dia de caçar.
Noutro dia, a vizinhança chegando pro Fandango, não se incomodaram muito por não ter caça servida, pois apenas o café com arroz e farinha já foi o suficiente para aquela noite de Fandango, animada ao som das violas, rabeca, adufe e o batido dos tamancos.
    De repente na porta, apareceu um desconhecido, alto, bem aparentado, de chapéu na mão, sendo logo convidado a entrar e se divertir... Este sentindo-se a vontade, dançou dondom com todas as damas presentes e em seguida pediu a viola pra tocar também.
            Alguns riram, pois duvidavam que aquele desconhecido soubesse tocar Fandango, mas como dançava muito bem foi dado a ele uma viola e sentou-se ao lado do dono-da-casa, o caçador, para tocarem juntos...
Viola afinada, o dono-da-casa, caçador, também mestre violeiro, perguntou se o desconhecido sabia alguma moda, pra cantarem juntos e surpreendeu-se quando o desconhecido puxou a seguinte moda:

“25 de março / No mato muito corri
Levei 25 tiros / Não morri estou aqui.
Em 25 de março / O cachorro me fez correr
Eu aqui neste fandango / Não pretendo amanhecer”.

             Instantaneamente, após cantar o verso, ouviu-se um estouro no salão e o violeiro desconhecido desapareceu, restando no ar um tremendo mal cheiro que fez todos correrem pra fora... assustados, sem saberem o que aconteceu...
    O dono-da-casa então contou a todos a história do veado que perseguira no dia 25 de março e dos 25 tiros que acertou e o bicho não morreu, não restando dúvida, em se tratar, aquele visitante, do ‘coisa ruim’...
Ninguém quis saber mais de dançar, acabou o Fandango e o povo foi indo pra casa, mas o caçador ainda ficou a noite toda acordada, sem conseguir dormir, pois a cada cochilada que dava ouvia o cachorro latir, como se estivesse acuando alguma caça e assim foi durante o ano todo, quando dormia, a certa altura da noite acordava assustado, suando, ouvindo seu cachorro latir, lembrava então de toda aquela história que passara...
Assim foi até o dia 25 de março do outro ano, quando resolveu ficar em casa, em respeito a data.
Nasceu assim na tradição caiçara o costume de não caçar e não fazer Fandango no dia 25 de março...
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saber mais sobre algumas tradições caiçaras da Quaresma

O Amargoso e as tradições da Quaresma
<http://informativo-nossopixirum.blogspot.com.br/2009/04/amargoso-e-as-tradicoes-da-quaresma.html>.