por Zé Muniz
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No dia 05 de junho foi assinado em Paranaguá o termo de cessão de uma área para a criação do Parque Guará, uma parceria entre aquela Prefeitura, a Associação Paranaense de Cultura e a Pontifícia Universidade Católica PUC/PR.
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A ave de cor avermelhada que no século XVI era abundante desde a Ilha de Santa Catarina até o Amapá e hoje encontra-se nas encostas da região norte e ainda em pequenos grupos, como este com cerca de 600 indivíduos no poluído porto de Cubatão em Santos; Há também um grupo em Iguape SP e sabe-se que no ano de 2005, foi anunciado a descoberta de um grupo na Ilha do Cardoso, próximo às divizas com Guaraqueçaba.
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Em Guaraqueçaba, projetos foram elaborados para saberem se a ave se adaptaria novamente a região, porém todos sem conclusão ou sem apoio.
No ano de 1995, o IBAMA, projetou o repovoamento da ave na região de Guaraqueçaba, mas o projeto parou por falta de informações sobre a readaptação da ave no local e anos depois, em 2000 a PUC Paraná, com o Programa de Ação Comunitária em Guaraqueçaba, retomou o projeto, porém também ficou como esquecido.
Tempo depois, no ano de 2003, em discurso aberto nas comemorações do aniversário da cidade, o prefeito prometeu para o aniversário da cidade do ano vindouro - 2004, a soltura de exemplares da ave na região – o que não cumpriu.
Cansados desta espera, já se ouvia falar de que algumas pessoas soltariam um casal da ave na região, o que realmente aconteceu no ano de 2006, sendo avistados por muitos caiçaras, biológos, turistas e foi inclusive noticiado em rede nacional de televisão. Passaram-se anos e ninguém mais viu a ave.
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Guará no Porto de Cubatão / Santos / SP
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A recuperação de manguezais tem mostrado que pode atrair naturalmente a ave. Em Cubatão, por exemplo, a dragagem de um estuário pela Cosipa (Companhia Siderúrgica de São Paulo) na década de 1970, e a deposição de lama nas margens acabou provocando o aumento de moluscos, vermes e crustáceos, principalmente do caranguejo “Uçá”, o alimento preferido da ave. O resultado foi a atração de bandos de Guará à região. A Cosipa, que havia agredido o ambiente com suas obras em áreas de mangue, fez o resto. Acabou criando o maior projeto nacional de repovoamento e preservação da ave, que hoje é o símbolo da empresa. Também há projetos bem sucedidos de proteção do Guará nos estados do Maranhão e Ceará.
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Características do Guará
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Características do Guará
Ave conhecida cientificamente por Eudocimus ruber, os Guarás são aves carnívoras e se alimentam de caramujos, insetos e caranguejos (alimento preferido). Possui a cor avermelhada, habita principalmente os manguezais da costa atlântica e tem aproximadamente 60 cm de altura, sendo que as fêmeas são um pouco menores.
Sua plumagem vermelha carmesim deve-se a um pigmento de cor vermelha presente nos caranguejinhos dos quais se alimenta. Anda vagarosamente na água rasa, com a ponta do bico submersa, abrindo e fechando as mandíbulas em busca de caranguejos, tais como a "chama-maré" ou "sarará" e o "maraquani".
Surgem sempre em bandos, para dormir. Os ninhos são plataformas construídas de gravetos, localizadas a cerca de 2 a 12 m de altura nos manguezais. Cada fêmea põe, em média 2 ou 3 ovos, de cor cinza-oliváceo com manchas e pontos marrons.
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PARQUE GUARÁ
O Vice-presidente da Associação Paranaense de Cultura, Irmão Frederico Unterberger parabenizou o prefeito Baka pela iniciativa e interesse em contribuir com o projeto através da cessão da área. “Quando idealizamos o projeto guará percorremos várias prefeituras e Paranaguá foi onde encontramos o apoio necessário para seguirmos em frente”.
Ele ainda explicou que assim que o parque for concluído será aberto para visitação. “Queremos que esse parque torne-se um ponto turístico, pois se for aberto para visitação, jovens e crianças poderão conhecer e aprender sobre a importância de proteger esses pássaros”.
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“... não poderem ir as ilhas desta vila rio acima, onde costumam pernoitar para criar os Guarazes, tão recomendados pela própria Magestade e seus Generais, Governadores e Ministros, a tirarem-lhes os ovos com grande prejuízos de sua criação tão estimadas, e por nos constar que violando todas estas ordens sem o menor temor delas e de quem as administrava, entravam e mandavam entrar no passado ano nas ditas ilhas, várias pessoas tiravam todos os ovos não só para seus gastos superfluo mas sim para deles fazerem presentes a diferentes país...incorrerá na pena de seis mil reis de condenação, e remetido logo a cadeia de Paranaguá – Em 02 de outubro de 1781”. MAFRA[1].
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bem, apenas para que fiquem sabendo
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no dia 08 de julho de 2009, voltando de sua visita da Ilha de Superagui, o Padre José Carlos Chacorowski - CM e seu barqueiro José Hipólito Muniz avistaram, nas proximidades da comunidade de Gaupicum, 05 casais de Guará - sim GUARÁ, já retornou à Guaraqueçaba, portanto antes do Parque e da soltura de exmplares na região.
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referencial:
[1] MAFRA. Joaquim da Silva. “História do Município de Guaratuba”. Guaratuba. 1952.
MUNIZ. José Carlos. Guaraqueçaba Um Pequreno Mundo Dentro do Mundo. obra inédita. do autor.
MUNIZ. José Carlos. Guaraqueçaba Um Pequreno Mundo Dentro do Mundo. obra inédita. do autor.
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