6 de janeiro de 2016

nos ensinando a preservar??????

2016.
        Iniciando nova jornada.
        Apenas tentando provocar algum questionamento, segue como precursora deste novo ano esta postagem com imagens, meramente ilustrativas e versos, há tempos guardados, anotados, frutos de depoimentos recolhidos, frustrações vivenciadas, etc... agora apenas (des) contextualizados.
        Se servir para uma reflexão... está bom! cumpriu sua missão.

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500 anos atrás dessa região já há registro...
natureza intocada? simples mito.
muito antes já habitava o indígena...
e pra viver aqui hoje
só pedindo socorro, e tem que ser forte o grito!

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o Caiçara na Mata Atlântica!
... quanta perseguição
as vezes me pego a pensar...
pôxa ...
bem que eu poderia nascer um papagaio-de-cara roxa!

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uma vitória! bonito!
Fandango Caiçara, patrimônio cultural da nação
posso cortar Caxeta pra fazer uma viola?
não!
assim me pergunto, como então preservar a tradição?

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certa vez, vislumbrei uma cena
um dos dois devia ser do 'mal'
de um lado o caiçara com seu remo
de outro "o diabo" armado com 12
talvez não fosse, mas parecia ser algo desigual!
e o cerco do Caiçara... destruído! Acabou-se!

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era bonito o bichinho
todo dia ciscando no terreiro
Jacutinga desde filhotinho bem tratado
comia milho, arroz, o dia inteiro.
certa feita a situação apertou!
foi pra panela com arroz... o Jacutinga de Seu Juvenal
pobre coitado do "home", perdeu o almoço
foi porta a fora o arroz, o jacutinga...
foi preso... se deu mal... Seu Juvenal.

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novamente Seu Juvenal
"visitado" sem mandado em sua humilde de pau-a-pique "mansão"
sem nada a incriminar... finalmente bateram o pés...
mas que decepção!
seu Juvenal ficou sem um tostão.
cadê o dinheiro que tava em baixo do colchão?

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Pescador que sofre é o artesanal
quando o guarda vem se esconde no mangal
é os 'home' da lei, a fiscalização
o meu gerival é meu ganha pão
Fandango Caiçara - Cananéia-SP

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tekoá no Campo da Aviação, nem no Parque do Superagui... não!
pobre povo Guarani
não tem o que plantar... não tem onde morar!
rejeitados aqui... expulsos dali.
parece não haver solução.
o negócio é fumar petanguá e orar..

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O que é ser Quilombola
Profº. Ilton Gonçalves da Silva.
O que é ser Quilombola?
Embora haja quem diga que não,
É a contemporaneidade que resiste à ideologia do racismo
A individualidade e a marginalização

Povo sofrido, abandonado
E ainda considerado vadio
Não é visto com bons olhos
O que o negro construiu

Todas essas belezas existentes
Pelos tradicionais foram preservadas
E quando delas precisamos somos seriamente penalizados

Terras preservadas até hoje
Considero, pelo um povo soberano
Após tantos cursos de educação ambiental,
Tem gente passando fome

Após a chamada educação ambiental
Só uma coisa está sendo vista
Coisa que não se via em área rural
Má qualidade de vida e um acúmulo de lixo

Como isso acontece?
Pois posso dizer agora
Quem produzia seu alimento local
Hoje busca tudo de fora

Quem disser que não tem culpa,
E não atrapalha nosso futuro
Deixa hoje a cidade e vem comigo
Morar em área rural e viver da agricultura

E na área da pesca!
Coitado do pescador...
Quando consegue uma tarrafa e um remo
O diabo vem e leva a canoa

Queremos que o Brasil saiba
Não queremos tudo feito
Queremos apenas uma coisa
Queremos nossos direitos

Por querer nossos direitos
Não precisaria nem pressão
Só bastava se cumprir
O que está na Constituição

Preto quer políticas públicas
Não pede nada de graça
Preto é honesto e tem vergonha
Tem brio, postura e fortes braços

Tanta gente vem de fora
Nos ensinar preservar
Nosso território está bem cuidado
Vão cuidar do seu lugar!

Às vezes até me altero
Não tenho como ficar contente
Por ter que justificar
Que preto também é gente

Preservar a natureza
Isto é uma coisa certa
Mas não podemos sobreviver
Comendo mata verde e insetos

Dizem os ambientalistas
Que estão preservando muito bem a natureza
Mentira...
Só vieram para cá,
Apreciar e desfrutar a nossa beleza

Não se pode usar a terra
Tirar dela nossa alimentação
Produzir um saudável alimento
Hoje é considerado destruição.

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A dicotomia entre a conservação e o reconhecimento e fixação das comunidades tradicionais: um estudo de caso na APA de Guaraqueçaba - PR.

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http://viagensdateca.blogspot.com.br/2015/02/superaguinever-more.html

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        Sobre o Professor Ilton Gonçalves da Silva, líder da Comunidade Quilombola de Batuva: http://informativo-nossopixirum.blogspot.com.br/2014/11/professor-ilton-quilombola.html

       Sobre a Carta de Guaraqueçaba: http://informativo-nossopixirum.blogspot.com.br/2011/11/carta-de-guaraquecaba-circulando-pela.html

       Sobre Violação de direitos humanos em território de comunidades caiçaras: http://informativo-nossopixirum.blogspot.com.br/2014/03/violacao-de-direitos-humanos-em.html

        Mapeamento social aponta conflitos socioambientais vividos pelas comunidades de pescadores artesanais da Bahia de Guaraqueçaba. In: http://www.direito.mppr.mp.br/modules/noticias/article.php?storyid=137

        A dicotomia entre a conservação e o reconhecimento e fixação das comunidades tradicionais: um estudo de caso na APA de Guaraqueçaba - PR. In: Biblioteca Eugeniano Ferreira: https://drive.google.com/file/d/0B3Ue7WCPmb5Gd1JTMDU2bEdBYzQ/view?usp=sharing

Um comentário:

  1. Li os comentários sobre o que pensam e o que sentem os quaraqueçabanos e concordo com algumas das colocações ai apresentadas. Na minha opinião, os dois lados tem razão. De um lado, temos que proteger o que resta de nosso meio ambiente costeiro e de serra para as gerações futuras. A geração do meu pai se estabeleceu às margens do Serra Negra, na colônia alemã, nos anos de 1927 a 1942.Para plantar, detonaram a mata nativa da planície nas margens do rio, destocando e arando a terra para cultivarem o que eles achavam que seria o futuro para poderem sobreviver nesse ambiente bastante hostil. Eu imagino que, caso não fossem obrigados a sair do litoral em 1942, poderiam ter transformado a região em uma grande colônia agrícola e, quem sabe, de forma mais agressiva até agroindústrias poderiam ter se estabelecido no lugar, desmatando mais e mais. Morros não seriam poupados para plantar bananas e hoje, possivelmente não teríamos o IBAMA, ICMBIO e movimentos ambientalistas proibindo tudo pois já seria uma colônia estabelecida e atuante mesmo antes desses órgãos existirem, com o ambiente já domado e parcialmente destruído. A estrada poderia ter sido aberta com antecedência e asfaltada até a cidade de Guaraqueçaba e, quem sabe, a ligação com São Paulo já tivesse acontecido para escoarem a produção até Santos e Paranaguá. Quem sabe até Guaraqueçaba teria sido beneficiada com um porto, por estar bem mais próxima do que outras cidades litorâneas. Então fica a questão.Foi bom para nossa família ter sido expulsa dessa região, com uma mão na frente e outra atrás ? Hoje, analisando todos os fatos e situações, penso que o destino colocou cada coisa em seu lugar. A região foi fechada ao progresso, o qual pode trazer benefícios, quase sempre acompanhado de problemas. Veja o caso de Paranaguá.Cidade portuária, suja, mal cheirosa, apesar das belezas que ainda apresenta. Eu não gostaria de ver a cidade de Guaraqueçaba com esse aspecto. O que faltou para que os povos dessa região continuassem a vida que sempre tiveram foi a falta de um estudo antropológico de todos povoados dos arredores da cidade. Aprender como os habitantes viviam em harmonia com o lugar. Depois de criada a APA, a preocupação passou a ser única e exclusivamente com a proteção de tudo o que pudesse “ destruir “ a natureza. Infelizmente essa convivência entre o progresso e a preservação nem sempre é pacífica. Se, de um lado temos os nativos com problemas de sobrevivência, do outro lado temos um legado que teremos que deixar para as gerações futuras, as quais não merecem receber, como herança, um mundo como esse que estamos deixando para eles. Não podemos descuidar do ser humano mas ele deve ter a consciência de que, fazendo parte desse ambiente, é responsável por ele. Se todos tivessem um comportamento civilizado, não seria necessária a intervenção tão enérgica das autoridades que deveriam cuidar da APA de forma mais racional, sem exageros. Então, o que eu posso deixar para meus descendentes é a certeza que, apesar da nossa geração ter destruído um bocado do nosso meio ambiente, ainda temos o que comemorar. A região teria que se beneficiar do boom do turismo ecológico. Mostrar ao mundo o que temos a oferecer e tirar proveito disso. Morato, Sebuí, ilhas da região, revoada dos papagaios, guaras e outros atrativos tem que ser preservados para tirar proveito dessa existência. Os turistas querem vivenciar a natureza o mais selvagem possível. Vamos dar a eles essa chance. A cidade poderia ser um polo turístico do mercado ecoturístico. Boas pousadas já existem mas teriam que divulgar com mais empenho as maravilhas do lugar. Chamar dólares, euros, reais. O por do Sol no trapiche já é um motivo para a visita, bem como o passeio dos botos na baia. Se bem acomodado, bem tratado, o turista volta e trás mais gente que curte as mesmas coisas. É essa minha opinião e contribuição para o site. Abraços, muita paz e feliz ano novo a todos.

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